O meu escritor favorito é Carlos Ruiz Zafón, que conseguiu me transportar outra vez para o mundo da literatura após eu ler a sua famosa tetralogia do Cemitério dos livros. Além da sua famosa saga, ele também escreveu outras tramas, contos e histórias. Infelizmente o autor morreu cedo, mas deixou uma última obra, chamada "Cidade a vapor", se referindo a sua amada cidade de Barcelona e seus enigmas escondidos. Aqui tenos uma reunião de contos inéditos, onde Zafón chega a voltar a personagens que já conhecemos, trazendo revelações sobre eles, além de também apresentar outros contos que vão para um outro lado nas ruas de Barcelona.
O livro começa nos levando de volta ao cemitérios dos livros ao nos contar a infância de David Martim em "Blanca e o adeus", de quando ele se encontrava na igreja com a garota chamada Blanca, e ogo se afeiçoou por ela. Mas um dia, a garota sumiu, e Martim teve um sonho em que a via sendo beijada por um anjo. Além disso, o pai da garota era escritor e falava com um homem sombrio, nos parecendo ser o editor Andreas Corelli, do livro "Jogo do anjo". Em "Sem nome" vemos a forma angustiante que foi o parto da mãe de David, que morreu e viu seu filho sendo levado. O conto "Uma senhorita de Barcelona" é bem interessante e profundo, ao mostrar Laia e seu pai vivendo em Barcelona enganando pessoas, já que Laia conseguia fingir ser outra pessoa, ganhando dinheiro de homens com sexo. Por fim, Laia se vê sozinha, após um aborto e abandonada pelo seu pai, ainda vivendo uma vida devassa, fingindo sera filha de um médico. A família Sempere também está presente, como em "Rosa de fogo", em que o realismo mágico se mistura com Raimundo Sempere, e de como ele recebeu a planta para criar o labirinto dos livros.
A fantasia e a realidade se unem em "O príncipe do Parnaso", unindo Antoni Sempere com a enigmática presença de Andreas Corelli, que diz ter sido o responsável por levar o famoso escritor Cervantes a escrever o terceiro volume da famosa obra Dom Quixote. "Lenda de natal" é sombrio, mostrando o amargo advogado Esctrutx, que em sua torre ganhava de pessoas no xadrez para pegar a alma do derrotado. O conto "Alícia, ao amanhecer" é curto, mostrando um homem seguindo a garota para roubar seu colar, as o desfecho mostra bombas caindo em Barcelona, como se fossem anjos negros caindo do céu, quando na verdade era apenas a guerra na Espanha. Gosto muito de "Homens cinzentos", que mostra a vida de assassinos de aluguel, e um homem precisa matar o seu mentor e em seguida escapar de também ser assassinado. "A mulher de vapor" descreve a vida de um homem sozinho vivendo em um prédio, sem saber que ele estava interditado por conta da guerra. Anjos, um tema recorrente nos livros de Zafón, retornam no conto "Gaudí em Manhattan", que mostra um arquiteto tendo sua vida mudada após encontrar uma dama de branco nos EUA, parecida com um anjo. Por fim, o último conto de Zafón se chama "Apocalipse em dois minutos", parecendo seu uma despedida do escritor, em que ele fala de um homem que encontra uma mulher que dizia ser um anjo. Ele se apaixona por ela, e vê o fim do mundo, mas feliz.


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