Seguidores

Tecnologia do Blogger.

Visitantes

Ainda estou aqui

terça-feira, 11 de março de 2025

Sim, finalmente temos um filme brasileiro que consegue ganhar o prêmio máximo do cinema, o Oscar. Buscando trazer um recorte da Ditadura militar no Brasil, mostrando um entre tantos casos de um desaparecimento de alguém contra o governo da época. Longe de ficarmos discutindo politica, apesar de ser um filme politico e querer sim estampar a bandeira da qual o filme levanta, temos uma trama muito bem roteirizada, estruturada e interpretada. Como protagonistas, temos Selton Mello em mais uma ótima atuação, e também Fernanda Torres, com uma atuação sensacional, que lhe trouxe a estatueta do Globo de ouro e uma indicação de melhor atriz ao Oscar. "Ainda estou aqui" é um filme que vale a pena o título de vencedor de melhor filme estrangeiro de 2025.


Acompanhamos desde o inicio a vida de uma família comum no Rio de Janeiro na década de setenta. Temos sol, praia e a liberdade de poder ficar na rua ou na praia se divertindo. Acontece que as coisas começam a ficar tensas quando a Ditadura militar entra em cena, fazendo com que muitas pessoas fossem perseguidas. A família Paiva é o foco do filme, sendo composto pelo patriarca Rubens, que havia no passado sido deputado no Brasil, junto com sua esposa Eunice e seus cinco filhos, sendo quatro mulheres. Não conseguimos entender muito o que está acontecendo, mas é perceptível que Rubens está lidando com algo muito importante, até que no meio da trama a policia o leva para um interrogatório, para nunca mais voltar. Fernanda Torres tem uma atuação fenomenal, representando uma esposa aflita, que espera uma chagada e um retorno que nunca acontece. É dolorido vermos que a última vez que ela viu o esposo foi de forma rápida, com ele saindo para ser interrogado. É tomar alguém de sua vida de forma abrupta, deixando um vazio que é possível ser sentido por nós telespectadores.

Eunice também acaba sendo levada para um interrogatório, passando por dias de muita pressão, mas não tendo informações relevantes, acaba sendo dispensada, mas ainda sem o seu esposo Rubens. Vemos então essa mulher guerreira tendo que se reerguer, precisando cuidar dos filhos e pagar as contas de casa. Em meio a tudo isso, Eunice ainda bisca respostas sobre o paradeiro do seu esposo, até que um dia lhe é revelado que Rubens não aguentou a tortura e acabou falecendo. Nada é divulgado e Rubens se torna apenas um desaparecido, mas nunca registrado como um morto pelos militares. A grande cena do filme é quando uma revista quer divulgar o caso e pede uma foto da família, e que façam olhares de pessoas tristes. Eunice faz com que os filhos venham a sorrir, mostrando resiliência dela e dos filhos. Mais anos se passam, até que nos anos noventa, finalmente Eunice, que se tornou uma advogada, consegue provar que o marido foi morto pelos militares. "Ainda estou aqui" é baseado em um caso real, adaptando um livro escrito pelo filho de Rubens, contando como a família lidou com a perca repentina do patriarca. Ao terminar essa obra, fico com um sentimento de vazio, e independente do que Rubens venha a ter feito, sendo revelado que ele apenas repassava cartas de opositores, ninguém tem o direito de destruir uma família de forma tão covarde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 

POPULARES DA SEMANA