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UMA NOVA SOLICITAÇÃO

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Já era tarde, o relógio já marcava 23:00 horas de uma noite fria em São Paulo. Correndo pelas escadas da estação vinha Marcos com sua mochila na costas, boné na cabeça e com o pensamentos cheios de planos para essa semana. O trem logo iria chegar, por isso precisava se posicionar da melhor maneira na plataforma para conseguir fazer a sua viagem sentado.

Ao olhar para o lado da plataforma viu um rosto conhecido. Era Caio, seu colega dos tempos de escola. Sujeito diferente era aquele. Com calças de cantor de rap e cabelos bagunçados. Caio era um cara que vivia fora de sua realidade, ou talvez as pessoas que vivessem fora da dele, como sempre costumava dizer.

Marcos buscou se aproximar do colega e então chegou perto. Caio logo reconheceu quem era e os dois se cumprimentaram, fazia alguns anos que não se viam.

- E ai cara como você esta? – perguntou Marcos

- Eu to bem cara. To vindo do role.

- Em plena segunda feira? Só você mesmo.

- E tem dia certo para sair?

- É verdade, tinha me esquecido desse detalhe. Todo o dia é dia de curtir – e ria das maluquices do amigo

- E você Marcos? Esta vindo da onde com essa mochila nas costas?

- Da casa da minha namorada, ela mora no interior de São Paulo. Passei uma semana la.

- Que viagem em.

Marcos olhou para o relógio e em seguida para os trilhos. Já era possível observar o trem se aproximando. Teriam alguns minutos de conversa dentro do trem. O silêncio fica por instantes entre ele, até o momento em que entram no trem e as portas se fecham. A conversa tem o seu reinicio.


- E o pessoal da escola? Tem visto? – perguntou Caio

- Nunca mais cara. Tenho alguns deles no Face, mas nem tem mais assunto.

- Já era né? O tempo vai passando e vamos deixando amigos pelo caminho.

- Fica só o face.

- Pois é, só o face.

O trem para na próxima estação e Marcos já se prepara para descer. Que pena, a conversa durou pouco. Os dois se cumprimentam e para matar o silêncio acabam falando de marcarem alguma coisa juntos qualquer dia.

- Até mais cara – diz Marcos

- Falou mano, a gente se vê. Ah, e me adiciona la no face, é Caio Pires.


- Demorou, pode deixar.

LEMBRANÇAS

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Uma maneira de voltar no tempo é olhar os álbuns de fotos. Ali vemos os momentos mais felizes da nossa vida. Momentos de saudade, momentos de reflexão. Uma verdadeira maquina do tempo. Eram os pensamentos da Marta, uma mulher com seus cinqüenta anos, com muitas coisas para se lembrar.

- Filha, vamos ver algumas fotos?

A filha já sabia que era um momento importante para a sua mãe, sabia que era um momento de viajar no tempo, e desta vez ela queria uma acompanhante nesta viagem. A filha resolveu embarcar nesta maquina do tempo.

- Olha aqui filha, fotos do dia em que você nasceu.

- Nossa mãe, como eu era feia. Não posso deixar meu namorado ver essas fotos.

Alguns risos. Para Marta, a sua filha nasceu linda, era linda e sempre seria linda. Lembrava ela de dias difíceis, dias de duvida. Não sabia como cuidar de uma criança. Era mãe solteira. A vida não era fácil. Ainda mais naqueles dias.

- Essas aqui são daquela viagem que fizemos.

- Que lugar é esse mesmo mãe?

- Campinas

Bons dias esses no interior paulista. Tinha pego férias do trabalho e queria levar a filha para passear. Resolveu ir para Campinas. Era mais barato.

- Bons dias esses em mãe.

- Foram sim.



Mais fotos iam aparecendo a cada pagina virada do velho álbum da família. Ali tinha fotos dos aniversários da filha, fotos de festas na escola, ceias de natal, comemorações de ano novo. Muitas fotos, muitas experiências. Dias divertidos, boas lembranças, dias que não voltam mais.

- Quantas fotos em mãe. Que viagem.

- Boas viagens filha, boas viagens.

- Espero que quando eu ficar velhinha eu possa também ter um álbum de viagens como esse da senhora.

- Vai ter sim filha. Mas eu torço para que você também tenha um ótimo companheiro de viagem, como eu tive nessa tarde.


QUEM FOI O MELHOR?

quinta-feira, 3 de julho de 2014

- Pai, o senhor viu o Pelé jogar?

- Sim, eu vi.

- E ele era bom mesmo?

- Filho, o Pelé era um jogador completo. Chutava com as duas pernas, cabeceava, driblava. Como eu disse, ele era completo, nunca vai ter outro como ele.

- Hum, entendi, mas o Garrincha não era melhor? O vovô dizia que o Garrincha era melhor.

- Não acho que seu avô tenha dito isso.

- Disse sim. Pai, nos vídeos do Pelé ele não faz tudo isso que você fala. Eu assisti ao vídeo da final da copa de 58 e sei la, não me parecia tudo isso não.

- Ali ele só tinha 17 anos – o pai já mudava a expressão, começando a ficar nervoso.

- Pode ser, em 70 ele já era o cara né? Mas também, com aquele timaço que ele tinha do seu lado fica fácil. O Cristiano Ronaldo joga em Portugal sozinho, por isso que não ganha uma Copa do mundo.

- Pelé era o cara meu filho. Quando o Santos estava perdendo, ele já avisava a torcida que ele ia virar o jogo.

- E virava?

- Sim – suspira o pai – ele mesmo fazia os gols.

- bom, eu não vi ele, mas para mim o Ronaldinho foi o melhor que eu vi.

- Você esta maluco –e o pai dava risadas – o Ronaldinho e outros só jogaram bem por um período de tempo, depois sumiram. E repito, o Pelé era um jogador completo.

- E o Maradona?

- Se o Maradona fosse bom com a perna direita seria sim um jogador completo, mas não era, então também não podia ser melhor do que o Pelé.

- Mas também naquele tempo, queria ver se fosse nos dias de hoje.

- Ele seria ainda melhor. Filho o Pelé era completo. Completo!

- Talvez. Mas e o Messi em, esse cara joga muito em pai, esta entre os três melhores que eu já vi. Eita cara decisivo!


- Pelé parou uma guerra. Isso basta!

RESILIENTES

terça-feira, 1 de julho de 2014

Não me lembro das aulas de Física, tão pouco das aulas de química, essas sinceramente eu nem sei como passei de ano nos tempos de escola. Talvez seja porque o professor gostava de mim, mas acho que não, penso que seja pelo fato dele querer estar cansado e gritar por aposentadoria. Talvez na cabeça dele eu fosse apenas um aluno que depois de três anos não sabia o que era resiliência.

Resiliência é ser forte, ser alguém resiliente é ser uma pessoa que da a volta por cima, não importa o quão forte tenha sido a pancada. O que isso tem a ver com a Física ou com a química? Eu não me lembro, ou para falar a verdade não sei mesmo. Mas como eu disse, eu até hoje não sei como passei nessas matérias nos tempos de escola. E espero que meus professores não estejam lendo isso, só o de português, é claro.

Durante a vida já ouvi muitas historias, sejam elas tristes ou felizes, as historias estão presentes em nossa vida diariamente, e até mesmo você já deve saber de cor muitas delas. Mas tem um tipo de historia que meche conosco, as historias verdadeiras, daqueles que estavam no chão, com o rosto na lona, mas que conseguiram se levantar e dar a volta por cima. Esses são os resilientes, gente forte, pessoas com fibra. Não por serem melhores do que os outros, mas por se levantarem primeiro do que muitos.


Acredito que agora nós já estejamos falando a mesma língua, acredito que tanto você quanto a minha pessoa já sabemos o que significa tal palavra, ainda que se caísse perguntas sobre química e física em uma prova a nossas notas provavelmente seriam vermelhas. Bingo! É isso que os resilientes fazem, saem do vermelho, buscam extrair forças das fraquezas. Já ouvi historias de pessoas que estavam enfermas e prontas para morrer, mas conseguiram arrancar forças para vencer a doença e hoje estão de pé. Tem pessoas que venceram percas, roubos, desilusões e traições. Para essas eu deixo os meus aplausos e a minha admiração.

Vejo mulheres fazendo comida para seus filhos em busca de um futuro melhor, vejo crianças buscando água para a família que sofre com o serviço de água cortado, na esperança de que amanhã haverá banho pra se limpar e água para se tomar. Ainda andando nas lembranças da vida vejo uma senhora implorando para a imobiliária não fazer o despejo da sua família e o senhor chorando por não conseguir dar uma situação melhor para sua esposa e seus filhos. Meus olhos se enchem de lagrimas, mas não antes de eu me lembrar que esse tipo de gente é única, é batalhadora e procura esperar sempre o melhor. Por essas pessoas eu não paro, por essas pessoas eu sigo em frente, acreditando que depois da curva vem coisa boa por ai, afinal, ainda que minhas notas fossem baixas na escola, eu dei a volta por cima e me tornei resiliente.

 

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