Costumamos dizer que o cinema nacional é muito fraco, apresentando produções só falam de crime e favela, com diálogos cheios de palavrões. Mas quando em 2011 foi lançado "O Homem do futuro", com Wagner Moura sendo o protagonista, vimos que o Brasil conseguia também produzir ficção científica, que é o caso da história mostrada nessa trama. Trazendo a temática de voagem no tempo, tivemos Wagner Moura e Alinne Moraes como protagonistas, com um roteiro misturando romance e ficção científica, além de uma trilha sonora com Legião Urbana cantando a música "Tempo perdido", que se tornou a canção tema do filme. Sem dúvidas "O Homem do futuro" é uma das grandes produções do nosso cinema, que com o passar dos anos veio a se tornar uma produção cult.
O protagonista se chama João, que é um físico brilhante, mas que guarda frustrações do seu passado. Meditando a respeito de acontecimentos e vinte anos atrás, João se lembra que foi traído e humilhado publicamente em uma festa da faculdade pela sua namorada. Quando seus projetos lhe abrem uma oportunidade de viajar no tempo, voltando para 1991, João encontra uma oportunidade de mudar o seu futuro, buscando impedir que sua namorada Helena o deixe pelo popular Ricardo, que aqui na trama é interpretado pelo ator Gabriel Braga Nunes. É muito engraçado ver o já maduro e brilhante João vendo a sua versão do passado, um jovem sem confiança e muito nerd. João tenta fazer com que sua versão do passado tenha atitudes que façam com que Helena permaneça com ele. O problema de mexer com os acontecimentos originais aparecem na vida de João, pois após conseguir fazer com que sua versão do passado tenha conseguido conquistar Helena novamente, mal sabia que estaria alterando fatos importantes do futuro.
O primeiro ato do filme mostra João trabalhando para conquistar a mulher que sempre foi apaixonado, mas o segundo ato mostra as consequências dessa interferência. Ao voltar ao tempo presente, João percebe que fez besteira, já que descobre que sua versão do passado acabou usando seu conhecimento sobre o futuro para se tornar um empresário corrupto, que mesmo estando com Helena, ficou distante do seu grande amor por conta de poder e dinheiro. O roteiro segue o padrão clássico de filmes de voagem no tempo, ao mostrar que não se deve mudar aquilo que já aconteceu. Apesar de ser um padrão comum, é muito interessante vermos os brasileiros montando uma trama nesse estilo, sendo o primeiro filme nacional a criar um roteiro com essa temática de ficção cientifica. Tudo é muito divertido em "O Homem do futuro", com uma história sendo apresentada de forma leve, contendo bom humor e também questões filosóficas que são discutidas ao longo do filme. Para solucionar o problema que ele mesmo causou, João volta novamente ao passado para tentar solucionar o paradoxo criado, já que chega o momento em que existem três versões dele mesmo, seguindo direções diferentes e bagunçando toda a sua vida. A conclusão do filme é ótima e satisfatória, mostrando a maturidade alcançada pelo cinema nacional, com Wagner Moura encabeçando tudo isso.
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