Esse livro, escrito por Lee Lin Jin, lançado no ano de 2017 acabou se tornando a obra mais vendida daquele ano. E posso dizer, após a leitura, acabei ficando impactado com a história descrita, colocando "Pachinko" entre os três melhores livros que já li. A trama nos apresenta três gerações de uma família, que acaba por mostrar como os coreanos passaram a viver no Japão, passando pelo colonialismo, segunda guerra mundial e do pós guerra, tendo que lidar com o preconceito e com os períodos de pobreza. A linha narrativa é muito humana, não temos vilões, mas pessoas que vivem a vida e os seus dilemas e desafios, descritos de maneira excelente pela autora.
Dividido em três partes, começamos com Hoonie, que tem lábios leporino, se casando com Yangjing, na época em que a Coréia era uma colônia do Japão. Eles concebem a filha Sunja, que é muito apegada ao pai, até a morte do pai por tuberculose. Mãe e filha seguem cuidando da pensão familiar, até que Sunja se envolve com um coreano que vem do Japão, rico e bonito, chamado Hansu. Ela acaba engravidando dele, mas Hansu já é casado. Quando o pastor Isak chega a pensão e é salvo por elas da tuberculose, decide se casar com Sunja, mesmo com estando gravida, a levando junto com ele para Osaka, no Japão, onde passam a morar com seu irmão Yoseb e cunhada Kyunghee. A vida no Japão para os coreanos não é fácil, e os anos passam com dificuldades, e Sunja após o nascimento de Noa, acaba tendo mais um filho, Mozasu. O período de guerra é difícil, com Isak sendo preso por sua posição religiosa, solto dois anos depois para morrer em casa. Yoseb acaba sofrendo um acidente em Nagasaki e com queimaduras nunca mais volta a ser o mesmo. E quando Hansu reaparece, mostrando que sempre soube que Sunja estava no Japão, e cuidou dela de longe, permitindo que ela trabalhasse em um dos seus restaurantes, mesmo sem ela saber que era dele.
Hansu buscou ajudar a família o tempo todo, pois sempre gostou de Sunja. Ele inclusive traz Yangjing ao Japão para a alegria de Sunja, que não queria nada que fosse dele. Yoseb descobre que Hansu é o pai de Noa, e diz que ele é sujo, pois faz parte da Yakuza. Os anos passam e Noa consegue estudar na faculdade de Tóquio, sendo bancado por Hansu, enquanto que Mozasu começa a trabalhar no Pachinko, famosa casa de jogos japonesa. A vida de Noa vira do avesso quando lhe é revelado que Hansu é o seu pai. Revoltando, ele abandona a faculdade, se afasta da família por anos, forma sua própria família, trabalhando e ganhando muito dinheiro no ramo de Pachinko. Dezesseis anos depois, Hansu e Sunja o encontram e a mãe pede o retorno do filho. O impacto é enorme, pois no dia seguinte, Hansu avisa Sunja que Noa se suicidou. Percebemos que Noa queria ser o cidadão perfeito, e não conseguindo ser, não aguentou a dor e morreu. Passando a morar e Yokohama, Mozasu se casa com Yumi, tem um filho chamado Solomon. Após a morte de Yumi, Mozasu segue criando o filho, enriquece no Pachinko e se relaciona com uma japonesa chamada Etsuko. Chegamos nos anos oitenta, e Solomon estudou nos EUA, e voltando ao Japão, sofre o preconceito por ser coreano. O jovem toma a decisão então de trabalhar com o pai no Pachinko, um negócio que sempre esteve ligado com a familia. Isso é algo interessante, pois são coreanos que não viveram na Coreia, mas também não são aceitos totalmente no Japão. Sunja nunca ficou com Hansu, e ao visitar o tumulo de Isak, o jardineiro lhe conta que Noa sempre visitou o pai durante anos, a deixando feliz por isso. Pachinko é emocionante, mostrando a forma crua de como os coreanos tiveram que aprender a viver no Japão e seus preconceitos.

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