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Passageiro do fim do dia

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

O livro escrito por Rubens Figueiredo não possui diálogos e se passa em um período de apenas um dia, mostrando a viagem do jovem Pedro, que trabalha em um sebo de livros, saindo do seu local de partida no centro da cidade, até o Tirol, um localizado na periferia. Quantas vezes já não pegamos um transporte público e vimos tantas pessoas ali reunidas, cada um com sua história? Muitas vezes fico pensando que cada pessoa no ônibus possui seus dilemas e crises, e é exatamente isso que a trama do livro busca mostrar, um jovem em uma viagem de ônibus, enquanto reflete a respeito das pessoas e seus problemas, assim como os seus próprios conflitos, enquanto percorre a vida triste dos habitantes do Tirol.


Enquanto Pedro viajava dentro do ônibus, observava as ações das pessoas e como eles se comportavam dentro do transporte. Além disso, Pedro estava lendo o livro a respeito da viagem de Darwin ao Brasil. Assim, enquanto acompanhamos o percurso do ônibus, também somos inseridos a alguns pensamentos de Darwin em nosso país. Como um bom leitor, Pedro também viajava nos seus pensamentos e é através dele que ficamos sabendo dos problemas de tantos moradores do Tirol. A cerca dessas histórias, são muito bem contadas, e infelizmente sentimos a dor do povo pobre, passando por tantas dificuldades. Vemos o quanto existe uma diferença entre classes, e o ônibus apenas reflete essa mudança de paisagem e lugar. A respeito do próprio protagonista, ele é casado com Rosane, uma mulher bastante trabalhadora, mas que por conta de seu emprego acabou machucando o pulso, sendo demitida. Vemos como o mercado de trabalho é duro, e pessoas pobres se colocam nas piores situações para tentar manter-se ganhando um salário, mesmo que seja o mínimo do mínimo.

Uma das situações mais tristes que o livro nos conta, é quando dois idosos vão felizes para o mercado, onde eles poderiam usar um cartão alimentação. Lemos com agonia os idosos encherem o carrinho, mas é com ais agonia que acompanhamos os momentos de tristeza, quando o cartão deles é rejeitado, e eles precisam devolver tudo. Sendo de uma família simples, muitas vezes vi meus avós passando por situações tristes, e ler "Passageiro do fim do dia" me remete a muitos momentos reais, muito comum na vida de muita gente. Temos também o relato final, Pedro refletindo sobre a vida de um guarda vidas, que já havia sido da aeronáutica, contando sobre a pressão e opressão que passou como militar, mas também da vida pobre que leva no fim da vida. O livro termina com o ônibus quebrando, e enquanto fica perdido em seus pensamentos, Pedro percebe o transporte voltar a ser ligado para seguir a viagem om destino ao Tirol. Rubens Figueiredo consegue nos transportar para um ambiente reflexivo, de um Brasil de verdade, de gente que sofre, mas também de gente que luta e não desiste.

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