Brasil Open com meus amigos

Eu tinha apenas dez anos de idade quando Gustavo Kuerten conquistou Roland Garros. Quando apareceu na televisão que um brasileiro vestindo azul e amarelo ganhou o torneio, eu não entendi nada sobre tênis, tão pouco quem era o Guga, mas foi a partir dali que comecei a acompanhar de perto todo o circuito daquela época. Eu vibrava a cada conquista de Kuerten, chegando até a assistir em um domínio pela manhã a partida do seu tri campeonato na França. Comecei entender o jogo, quem eram os principais jogadores e os famosos Grand Slam. Mas foi apenas em 2019 que pude assistir de perto uma partida de tênis profissional, e foi com meus amigos.

Antes de falar sobre o evento, preciso contar que voltei a assistir jogos de tênis pela televisão apenas por volta de 2008 e 2009, com Guga já aposentado por lesões, os nomes da época eram Roger Federer e Rafael Nadal, e assim assisti muitos torneios. Além disso, o anime Prince of Tennis me fez voltar a esse universos. Mais uma década depois, estamos em 2019, e dei mais um passo no esporte, passando a jogar tênis com meu amigo Leandro. Juntos demos os primeiros golpes na bolinha amarela, até procuramos um lugar em São Paulo para ter aulas, e por fim jogávamos na quadra do Parque Celso Daniel em Santo André. O Leandro seguiu, fez até aulas particulares, mas eu parei por ali mesmo, saciado por finalmente jogar um esporte que acompanhava desde pequeno. Ainda em 2019, teríamos no Brasil o famoso Brasil Open, o que não sabíamos ainda, mas seria a última edição desse torneio em nosso país, sendo disputado nas quadras de saibro do ginásio do Ibirapuera.

Geralmente assistir torneios de tênis é algo caro, e no Brasil, triplique o valor e ficara abismado. Porém, o qualy daquele ano seria de graça, e assim, aproveitamos a oportunidade para irmos até lá ver algum jogo. Além de mim e do Leandro, chamamos o Paulo que não entende nada do esporte, e o Tiago, que tem cara de que entende, mas na verdade sabe pouca coisa do jogo. Mais importante do que o conhecimento, era a companhia, e ali estava junto com aqueles dos quais chamava de "Zamigos". Para contextualizar, o jogo era em meio ao carnaval brasileiro, e antes de chegarmos lá, vimos pessoas largadas na rua após a festa nacional sem sentido. Falando do torneio, tudo era muito aberto e acessível, com jogadores profissionais bem do nosso lado. Me arrisquei no inglês com o sueco Elias Ymer, e disse a ele que perderia para nosso brasileiro Thiago Wild. E vejam só, ainda bati uma foto com o Thiago, que era uma das esperanças em nosso esporte. O Leandro conhecia todo mundo ali, e dizia "Aquele é tal", "Aquele ali é o...". Pudemos ver o brasileiro Pedro Sakamoto ganhar sua partida, vimos o espanhol Munar treinar forte, um argentino se preparando fisicamente. Além disso, passar o dia com amigos, em um torneio de tênis pela primeira vez foi algo inesquecível. Não sei se irei novamente, tão pouco com esses mesmo caras, o que fez daquele fevereiro de 2019 algo que ficará na memória para sempre.