Este livro foi escrito por Sérgio Sant'Anna, lançado em 2012, mas que busca fazer um retrato dos anos áureos do Rio de Janeiro e toda a sua boêmia, tocando em assuntos nacionais, como por exemplo o futebol. O livro trás três narrações, sendo dois contos e uma novela, mostrando todo o talento do autor, que nos narra os anos cinquenta da cidade maravilhosa, trazendo seu charme e seu contexto histórico. Apesar de serem histórias diferentes, os três textos conversam entre si, e acabam por ser uma obra muito boa de ser lida, sendo uma ótima obra literária brasileira.
O primeiro conto apresentado se chama "Entre linas", mostrado o narrador chamado Fernando, que escreveu uma pequena novela, pedindo para uma amiga fazer a leitura e fazer os seus comentários. A trama, além de trazer sua história,m também mergulha com criticas por diversas camadas ao longo do texto. Isso ocorre porque o texto que chega ao leitor quando publicado, não é o original, mas as anotações que a garota fez entre as linhas durante sua critica do livro de Fernando. O conto é como um jogo de espelhos, sendo um conto sobre um escritor recebendo comentários sobre sua própria obra, sendo uma neurose amorosa do autor com uma mulher não monogâmica. Em seguida, temos o conto "O milagre de Jesus", que nos ostra a vida de um homem com o nome de Jesus, que ao relatar um evento que considera milagroso, acaba sendo confundida com Cristo por uma mulher desesperada. Após sofrer abuso e engravidar, o homem tenta convence-la a não abortar. É um texto com criticas sociais, contra a violência carioca e contra atitudes que Sérgio Sant'Anna não concordava.
Por fim, para encerrar o livro, Sérgio nos traz a novela que traz o título de sua obra, "Páginas sem glória", que a grande história do livro, o que vale a pena ler Sérgio Sant'Anna. A trama se passa no Rio de Janeiro dos anos cinquenta, em meio a boemia carioca e os dramas vividos no mundo do futebol. O protagonista se chama Zé Augusto, que é uma cara que gosta de viver a vida boa, sendo descoberto por um olheiro que o leva para jogar no Fluminense. Acontece que Zé Augusto é um cara sagaz, que quer curtir a vida, não sendo o futebol o seu foco de vida. Vemos Zé Augusto escapando de partidas, sendo indisciplinado, preferindo mesmo a curtição da vida, mesmo sendo talentoso, gerando assim atritos com trenadores e dirigentes. O personagem é a caricatura d jogador de futebol dos anos noventa, como se fosse um Renato Gaúcho ou Romário. Zé é descrito como o poeta da bola, mais preocupado em diversão do que títulos. A narrativa critica o mostra como um espelho da nossa sociedade. Por fim, sua vida de bebidas e bagunça o levam a perder espaço no time, vendo o auge partir, vivendo apenas das lembranças de seus lances memoráveis. Sérgio o mostra como um jogador que brilhou, mas não se sustentou na história por sua falta de interesse.


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