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Fernão Dias, lembranças e um legado

domingo, 14 de julho de 2024

Minha esposa é mineira, nascida em São João Del Rey, que é considerada a capital da cultura brasileira. Conheci o local a muito tempo atrás, indo para lá de ônibus, mas sem nem perceber qual o caminho ou por qual estrada se chegava no local. Enfim, só fui conhecer de verdade o caminho que me levava para Minas Gerais tempos depois, quando comecei a ir com a minha sogra. Com ela, conheci a Fernão Dias de verdade, não aquela que havia visto anos antes para ir até Atibaia. Durante anos com ela ao volante, vi cada curva, cada cidade por onde passávamos com o carro, seja aquele Logan vermelho ou o Kwid branco, que nos foi companhia durante mais de seis horas de trajeto, carros que nos serviram para muitas conversas de sogra e genro.


Enquanto ela dirigia, já me ofereceu para guiar o carro algumas vezes, algo que sempre me neguei. Como poderia dirigir ao lado de uma pessoa que conhecia tão bem aquela estrada? Como dirigir com ela que por tantos anos já havia percorrido cada centímetro daquele chão, conhecendo cada local de curva, radar e perigos. Para quem não sabe, a Fernão Dias liga São Paulo até Belo Horizonte, e é composta por muitas descidas, subidas e curvas. Mesmo negando dirigir, dentro de mim sempre soube que em algum momento a minha hora iria chegar. Só não sabia que seria tão já, e em um momento como esse. Não tenho medo da Fernão Dias, mas gosto de ter um bom carro para pegar estrada. Tenho um Celta, que apesar de já ter ido para muitos lugares longe, não confiaria nele para ir com uma bebezinha de colo. Mas o momento de ir guiando até São João chegou, dentro de um Ônix alugado, que fez com que a viagem se tornasse ainda mais interessante. Infelizmente minha sogra faleceu e o legado passou para mim, o de guiar pela estrada Fernão Dias.

Quando foi a última vez que você algo pela primeira vez? Essa frase sempre me seguiu, pois ela é motivadora e nos atiça para viver novas experiências. Pois bem, guiei por sete horas na ida e oito no retorno para casa, em uma linda estrada, muito boa de se dirigir. Sim minha sogra, hoje entendo a sua paixão por dirigir em estradas e o motivo de você ter tanto prazer em andar por ela. Não achei o trajeto difícil oi cansativo, pelo contrário, a linda paisagem nos traz muita leveza. Se fosse apenas uma pista reta seria chata, mas por ter tantas mudanças em seu percurso, torna a pilotagem desafiadora e emocionante. Costumo dividir essa viagem em três fases, primeiro de São Paulo até a fronteira com Minas. Depois até estrada de Lavras, concluindo assim por mais 90 km até chegar em São João Del Rey. No caminho tem muita coisa boa, como a estátua do Pelé em Três Corações. A pista final é de mão única, e necessita de mais atenção, pois tem muito caminhão. Dirigir pela Fernão Dias me trouxe lembranças da minha sogra, de nossas conversas e a tristeza em saber que ela não estaria conosco. Ao fim da viagem, me senti feliz, minha sogra estaria orgulhosa de mim, o legado continua!

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