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A revolta dos Dândis

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Muita coisa mudou do primeiro para o segundo álbum da banda de rock vinda do Rio grande do sul. Humberto Gessinger segue no comando dos Engenheiros do Hawaii, mas desta vez assumindo o Baixo, enquanto a produção marca a estreia do guitarrista Augusto Licks, que se junta ao baterista Carlos Maltz. A mudança sonora é nítida, com as musicas possuindo arranjos melhores, que se conectam com as letras escritas por Gessinger, que aqui consegue aprofundar sua escrita e sua mensagem. A revolta dos Dândis também é composto por muita polemica, pois a partir dele que começam as rusgas entre a banda e a Imprensa.


A polemica já se inicia com o título do álbum, já que Dândis vem de origem de um livro escrito por Albert Camus. Dândi é um personagem inteligente, mas não faz parte da nobreza. Ou seja, os Engenheiros do Hawaii queriam dizer que eram bons, mas por não fazerem parte do eixo Rio-São Paulo, eram deixados de lado pela Imprensa. A onda literária e politica também faziam parte das letras, e assim o Engenheiros parecia uma banda elitista, causando raiva em muita gente. Ainda com vinte e dois anos Humberto canta músicas que marcaram uma geração, e que ressoam até hoje em muita gente. A primeira metade do álbum é muito boa, chegando a tocar em assuntos como Guerra fria e a busca do jovem por uma identidade. Logo de cara, a faixa título é dividida em duas canções, com destaque maior para "Revolta dos Dândis 1", onde Gessinger diz ser um estrangeiro passageiro de algum trem. Tanto aqui como na parte 2 a banda fala sobre dualidades e diferenças.

A canção mais famosa do Engenheiros está neste álbum, a "Infinita Highway", que em seis minutos de música somos levados a uma bela viagem com a banda. "Terra de gigantes" é muito boa, conseguindo ser melancólica e poética, falando sobre a juventude. "Refrão de bolero" é mais um clássico, com Gessinger gritando sobre Ana, a personagem tema da música. A sonoridade deste álbum é muito boa, e fica claro que a banda acabou sendo uma voz para os jovens gaúchos dos anos oitenta, mesmo apesar de tantas acusações e criticas por parte da Imprensa. A filosofia de nomes como Sartre, Camus e a geração Beat são citadas nas composições em diversas músicas, mas não vejo isso como algo elitista, mas como algo cultural, sendo um acréscimo para a produção. As últimas canções deste álbum carregam uma base do álbum anterior, não acompanhando o belo inicio da produção. Lançado em 1987, a revolta dos Dândis coloca o Engenheiros do Hawaii na história do rock nacional.

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