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P.A Entrevista #33 - Fabio Brazza

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Em nossa Coluna de Entrevista tivemos a honra de conversar com um Rapper que tem revolucionado a "Cena" do Rap com letras inteligentes encaixadas em um ritmo muito bom. O nome do nosso entrevistado é Fabio Brazza, que começou participando da Batalhas de Rua de São Paulo, onde através das rimas era escolhido quem era o melhor Rapper da noite. Hoje em dia, já conquistando seu espaço no cenário da música, o jovem possui vários Álbuns lançados, é conhecido pelo seu talento de improvisação, além de ser um cara consciente do seu papel na música e no Rap. Nesta entrevista conversamos sobre carreira, processo criativo e muita música.


1-) Como a música e o Rap entraram na sua vida?
Bom, a poesia entrou na minha vida primeiro por meio do meu Avô que era poeta e me fez me apaixonar pelas rimas, poesia e letras de samba. Quando escutei Rap e conheci Racionais me apaixonei, porque o Rap era pura rima e poesia, além do conteúdo forte das letras que falavam da rebeldia politica contra a injustiça, questionamentos e muito mais em um lugar só. Ouvindo Rap me apaixonei. Mas entre ser ouvinte e participante da cultura do Rap foi um longo caminho. Me inspirei no Rap Underground como Kamau, Gabriel Pensador, entre outros. Participei de Batalhas de improviso, fui campeão e me apaixonei pelo Rap novamente, não apenas como ouvinte, mas como alguém que estava dentro do Rap.

2-) Como você enxerga o cenário do Rap nacional hoje em dia?
Olha, o cenário do Rap é muito grande e com muitos talentos, onde o Rap esta tomando o espaço que tem que tomar. Enxergo muito cara bom com uma representação muito forte, as minorias podendo ter a sua voz sendo escutada e passando a sua visão. O Rap esta crescendo sem perder a essência, enquanto existe um outro lado que incita o consumismo e apologia a outras coisas. O Rap é feito para você pensar e ver o que o Estado quer que você não enxergue, mas entendo que também faz parte aparecer este tipo de letras que são pobres, onde apenas o consumismo é o foco. Mas em geral gosto muito da nova Cena do Rap e acredito que existe espaço para todos.

3-) Como funciona o seu processo criativo para novas letras e músicas?
Meu processo criativo atual funciona assim: tenho buscado escrever pensando antes em Flows, em cima do Beat, onde tem saído muita coisa nova e tenho gostado bastante do resultado.

4-) Hoje em dia ainda existe preconceito com o Rap? Existe algo a ser feito para mudar a mentalidade preconceituosa?
Creio que sim, mas é um preconceito social que acaba afetando o Rap. Tudo que veio dos negros e dos pobres acaba sendo marginalizado e até mesmo criminalizado na sociedade. Aconteceu isso com o Samba, a Capoeira e também pelo Rap que ficou conhecido como musica de bandido. Mas quem não conhece a essência do Rap acaba ficando preso neste esteriótipo. Porém isso esta sendo quebrado e cada vez mais que as minorias estiverem tendo seu espaço e voz, contando o que eles passam o preconceito vai sendo quebrado.

5-) Por que cantar Rap? Como você entende que suas letras trazem algo positivo para as pessoas?
Sempre fui um cara privilegiado e as vezes me sentia culpado por isso. Sempre quis trabalhar com algo onde pudesse estar conectado com todas as realidades, não ficando apenas na minha bolha. O Rap me proporcionou isso, fez essa magia, me colocou numa roda de rima onde posso então devolver um pouco do meu privilégio, da Literatura que já li, coisas que aprendi e assim devolver no Rap. Quem sabe algum menino vai ouvir aquilo que escrevi e vai querer estudar também. O Rap tem uma luta muito sincera que acredito muito e de alguma maneira eu queria participar desta luta.

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