Tivemos a oportunidade de acompanharmos a Copa do mundo de Futebol feminino nesta última semana, e com uma cobertura que ainda não tínhamos visto, onde a Globo e diversas frentes jornalisticas cobriram o evento, principalmente a seleção brasileira. Disputada na França o torneio foi o melhor da categoria até aqui, com um futebol bem jogado e muitos gols acontecendo. A seleção brasileira não entrou como favorita para a Copa, tanto por conta de uma organização terrível, como também por contar com as suas principais jogadoras lesionadas, como Marta, Cristiane e Formiga. Para um país que pouco revela e pouco investe na categoria, contar com três jogadoras se esforçando ao máximo vindo de lesões prejudica o resultado final. No fim da partida, após eliminação para a França, a craque Marta deu uma entrevista desabafando sobre o futebol feminino. Mas e agora? Qual o futuro do Futebol feminino?
Na entrevista, Marta disse muitas verdades, onde falou que em breve jogadoras como ela e outras mais conhecidas vão parar de jogar, mas o futebol feminino vai seguir, precisando de jogadoras, de mulheres com disposição de pagar o preço para o sucesso do esporte no país. Com 33 anos talvez não tenhamos Marta para a próxima Copa, algo preocupante, já que ela é nossa melhor jogadora, ganhadora de prêmios e talento puro, com a cara do futebol nacional. E talvez esse seja o principal problema, descansamos no talento de Marta, esperando que títulos viessem apenas através do talento dela, não investido no esporte feminino, não preparando novas jogadoras e não possuindo um campeonato de alto nível. Pois é, no Brasil o que vale é resultados, temos muita preguiça de investir e preparar uma base de um time vencedor, fazendo com que o futuro da seleção seja incerto. A guerreira Formiga esta com 41 anos e provavelmente se aposenta da seleção, enquanto Cristiane com 34 anos talvez dispute apenas mais uma Olimpíadas. Uma geração tão boa, que merecia mais, mas bateu na trave tanto em Copa do mundo como também em Olimpíadas.
Nesta Copa do mundo atual, a seleção foi comandada por Vadão, um treinador com um modelo de jogo antigo e sem resultados de expressão. Sendo assim, foi muito criticado por todos e não conseguiu dar um ritmo de jogo ao time, não conseguiu usar suas melhores peças e foi péssimo no planejamento, já que podíamos ter escapado de um confronto contra a França e em seguida os EUA. A seleção fez um bom papel, jogou o que podia, conseguindo ainda levar Marta a ser a maior goleadora em Copas. E o que dizer de Marta? Ela de fato veste a camisa do Brasil, e não apenas isso, também luta pelo esporte, mostrando paixão ena sua fala, sempre incentivando o Futebol feminino no país. As coisas que ela disse são verdades e o caminho é duro. As meninas que entrarem para o esporte devem entender que precisam estar dispostas a lutarem muito e terem pouco investimento, infelizmente. Acredito que a última grande chance de titulo dessa geração de meninas seja as próximas Olimpíadas em Tóquio, mas não vai ser nada fácil, reformulações precisam ser feitas e precisamos encontrar maneiras de não ter apenas Marta como única arma, até porque em breve ela não vai estar ali. Mas como ela mesmo disse, o Futebol feminino continua, e torçamos para que novas meninas entrem por esse caminho e novas craques apareçam. Por enquanto, obrigado Brasil, obrigado Marta! Vocês são guerreiras!!!
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