Uma das coisas que mais me chama a atenção em nosso país é o fato de não termos trens que percorrem pelo Brasil. Imagine só, poder sair de trem de São Paulo e ira parar no nordeste. Seria algo fantástico e a economia com passagens de avião seria grande. Mas se engana quem pense que não existe ferrovias que percorrem pelos estados brasileiros. Precisamos voltar um pouco no tempo e entender como surgiu a malha ferroviária brasileira e o motivo pelo qual elas não existem mais como antigamente. Tudo começou em 1835, quando o Regente Diogo Antônio Feijó prometeu favores a quem quisesse começar uma linha de trem que partia do Rio de Janeiro para as outras cidades do sudeste brasileiro.
Mesmo com a proposta do Regente, criar uma ferrovia dessa maneira trazia perigos e seria uma obra pioneira, e assim ninguém aceitou a sua proposta. Em 1836 surgiu uma ideia de uma ferrovia no interior paulista e em 1840 uma que ligasse São Paulo e Rio de janeiro, mas novamente ninguém se arriscou na empreitada. Mas foi em 1852 que finalmente tivemos a primeira ligação de cidades através dos trens, através do Barão de Mauá, que por sua conta e risco construiu uma ligação entre o Porto de Mauá até Petrópolis, ambos na cidade do Rio de janeiro. A inauguração foi em 1854, em um trajeto de 14,5 km, em um percurso que tinha a duração de vinte e três minutos, através da locomotiva que tinha o nome de "Baroneza". Após o pioneirismo do Barão de Mauá, outras ferrovias começaram a surgir pelo país, como por exemplo em 1858 em Recife, que mesmo não conseguindo chegar até o Rio São Francisco, conseguia trazer progressos pelas pequenas cidades por onde passava. O próprio Barão de Mauá empreendeu a ferrovia de D. Pedro 2, que mais tarde daria origem a Central do Brasil em 1889.
São Paulo também começa a se desenvolver na malha ferroviária, ligando Santos a Jundiaí em 1867. Foi então que finalmente tivemos uma ferrovia que fazia a ligação entre Rio de janeiro e São Paulo, no ano de 1877 os trilhos de ferro da cidade de São Paulo se uniram ao trilhos da Dom Pedro 2, no Rio de janeiro. O crescimento das ferrovias começou a ser acelerado no país, e em São Paulo crescia devido ao aumento do setor de café no país. No Rio grande do sul a primeira ferrovia foi criada em 1874, ligando Porto Alegre a São Leopoldo. Em 1889, na proclamação da república, já havia uma extensão de 9583 km de linhas ferroviárias no Brasil. Minas Gerais e o Paraná, assim como o nordeste, cresciam com suas ferrovias. A malha ferroviária começou a decair quando o presidente Washington Luís disse que governar era abrir estradas. Sendo assim, o Brasil começou a investir em rodovias por todo país, com as pessoas dando preferencia a carros do que a trens. Diversos trechos foram desativados, com muitas delas servindo apenas para trens de carga, reduzindo muito os trens para passagerios percorrerem o país com esse transporte. Hoje em dia existe uma famosa linha de trem que liga Minas Gerais até o Espirito Santo, mas com o aumento e melhora das estradas, as viagens pelo país hoje em dia são feitas através de automóveis e principalmente com o uso de aviões.
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