Por muitos anos fiz um balanço sobre os tenistas brasileiros no circuito mundial, e em todas as vezes a conclusão era ruim, pois nossos atletas faziam atuações ruins e não conseguiam bons resultados. Parecia que ficaríamos para sempre recordando dos tempos de Gustavo Kuerten, pois não surgia nenhum tenista promissor em nosso país. Quando aparecia, era logo pressionado a ser o novo Guga, e sucumbia diante da pressão por títulos. Mas o cenário esta mudando nos últimos dois anos, e os tenistas nacionais começaram a aparecer com bons resultados, tanto no masculino e feminino como também nas duplas. A prova disso foi a classificação para a fase final da Copa Davis, sendo a primeira vez que o Brasil conquistou a vaga após a mudança da competição.
Podemos dizer que a primeira fagulha de mudança veio com Thiago Wild, que ainda no juvenil, conquistou o U.S Open da categoria, e assim nossos olhares passaram a ficar em cima dela. Quando ele venceu o ATP de Santiago em cima do Casper Ruud em 2020, percebemos que tínhamos um grande talento no tênis nacional. O problema foi que com as turbulências de sua vida pessoal, Wild teve uma queda enorme no ranking, voltando apenas na última temporada com seu melhor nível de jogo. Ele conseguiu ser o tenista número um do Brasil e derrotou grandes nomes do circuito, como Medvedev em Roland Garros. Agora em 2024, Wild chegou nas quartas de final do Rio Open, derrotou Khachanov em Indian Wells e Fritz no Master de Miami. Thiago Wild tem ganho respeito no tênis, e atualmente esta no top 60 do ranking da Atp. Outros bons nomes que tem conseguido ter ótimos resultados são os jovens Felipe Meligeni, Gustavo Heide e Matheus Pucinelli. Ambos atletas já ganharam torneios no nível Challenger, com Pucinelli vencendo em Coquimbo, Meligeni ganhou em São Paulo e Heide acabou de levantar um troféu no Paraguai, derrotando outro brasileiro, João Fonseca.
Sim, precisamos falar sobre o jovem de dezessete anos, João Fonseca. Ele tem sido o grande nome do tênis brasileiro, mesmo ainda sem ser campeão nos profissionais. Os seus golpes potentes tem se destacado, com o número um do mundo, Djokovic, dizendo que ele é o grande nome da nova geração. Fonseca tem se mostrado muito talentoso, ganhando Wild card para grandes torneios ATP. No juvenil ele se tornou o número um do mundo, e agora na elite do tênis chegou na final do Challenger de Assunção e atualmente esta tendo ótima atuação no ATP de Bucareste, derrotando adversários com ranking maior. Se formos para o mundo das duplas, Rafael Matos é o grande nome do Brasil, com Felipe Meligeni também tendo bons resultado nesse tipo de jogo. No feminino, Bia Haddad chegou em décimo lugar do ranking da WTA. Fazia muito tempo que não tínhamos tantos tenistas jogando em ATP nível. Aliás, não me recordo de algo assim. Além disso, muitos tenistas vindo do juvenil começam a se mostrar muito bem e logo vão aparecer na grande mídia, como por exemplo Guto Miguel. O futuro do tênis nacional parece promissor, e quem sabe daqui alguns anos colheremos bons frutos dessa nova geração.
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