Para quem acompanha a seleção brasileira hoje em dia, está acostumado a sentir orgulho com um time que já é penta campeão e possuí diversas taças de Copa América. Mas as coisas não eram assim em 1989, quando o Brasil iria disputar o torneio jogando em casa, debaixo de muitas vaias e criticas. A nossa seleção não vencia uma Copa do mundo desde 1970, e uma Copa América desde 1949. Ou seja, vivíamos anos de jejum de títulos, por isso a importância dessa competição. Começando debaixo de vaias e terminando como campeão, essa foi a trajetória do Brasil em 1989.
O relacionamento entre torcida e seleção brasileira não estava boa, e tudo piorou no momento da convocação, pois Lazaroni não convocou Charles, atacante do Bahia, o queridinho do nordeste. Como a primeira fase da competição seria em Salvador, a seleção foi recebida debaixo de vaias e inclusive houve um momento de ovos serem jogados pela torcida em cima dos jogadores. O clima que seria agradável se tornou de muita tensão. Mesmo com a vitória do Brasil por 3 a 1 contra a Venezuela, a seleção teve vaias durante o hino no segundo jogo, além de vermos a bandeira brasileira sendo queimada. Para piorar, o futebol apresentado pelo time era ruim, com dois empates sem gols contra o Peru e contra a Colômbia, piorando o clima contra os jogadores. Indo para Recife o clima melhorou, e o Brasil derrotou o Paraguai por 2 a 0 e assim garantiu vaga na fase decisiva da competição.
O quadrangular final foi disputado no Rio de janeiro, e o Brasil mudou completamente o comportamento, tanto emocional como também dentro de campo, apresentando um futebol melhor. Logo de cara o duelo seria contra a Argentina de Maradona, e o que vimos foi uma apresentação de gala, principalmente da dupla Romário e Bebeto. O baixinho chegou a colocar a bola entre as pernas do Maradona, além de fazer um gol. Bebeto aumentou com um golaço de voleio. No jogo seguinte, com confiança o Brasil atropelou o Paraguai por 3 a 0. O último jogo seria contra o Uruguai e a chance de terminar com o fantasma do Maracanazo da Copa de 50. Romário foi o autor do gol do título, colocando fim no trauma do Brasil contra o Uruguai. Após tantos anos o Brasil era campeão de um torneio internacional, com Bebeto artilheiro e o inicio de uma dupla que faria muito sucesso em 1994. Infelizmente o grupo não foi bem na Copa de 90, mas deixou sua marca em 1989 em pleno Maracanã.
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