A Neflix lançou esse ano uma série que tinha como intuito atrair dois tipos de público. Primeiro aqueles que gostam de uma boa história policial e cheia de mistérios, com aquela pitada de suspense que os leitores de livros policiais gostam. Um outro público foi os que gostam de ficção científica e viagem no tempo, ou seja, aqueles que são mais ligados a tecnologias e teorias fantásticas. Querendo acertar dois públicos, tenho dúvidas se ela acertou algum. Gosto tanto de ficção cientifica como também de livros policiais, mas ainda assim o seriado não me agradou, não sendo sólido e sua colocações, ainda mais com personagens que não forma cativantes. O mistério policial não é intrigante, assim como as viagens no tempo não são tão bem explicadas e convencedoras de algo. Com uma boa oportunidade, a Netflix entrega um roteiro que passeia dentro de uma ótima ideia desperdiçada.
O roteiro nos coloca em quatro épocas diferentes da história, e o que une todas elas é um homem assassinado na rua, com uma marca em seu pulso. Isso acontece em 1890, 1941, 2023 e 2053. Cada policial que encontra esse corpo acaba entrando em uma investigação para saber o que de fato aconteceu e quem foi o responsável por isso. Existe um personagem que esta em todas essas épocas, chamado Elias, que faz com que ele seja o único que pode estar em todos esses tempos. O motivo é que ele faz parte de uma seita religiosa, que descobriu sobre a viagem no tempo. Assim, se em 2053 ele é um home rico e herói da humanidade, em 1890 ele é necessário para que sua própria linhagem possa continuar. Parece confuso, mas pelo menos nessa parte, tudo é bem explicado dentro da série. Cada detetive tem sua personalidade e intenções bem apresentadas, sendo um ponto forte da trama. O interessante fica em 2053, pois a detetive Maplewood encontra o homem vivo, mesmo com o seu corpo indo parar morto. É assim que ela percebe que existe a viagem no tempo, sendo a única que pode quebrar a linha narrativa de Elias.
Em 2023 temos a detetive Hasan investigando Elias, ainda um adolescente, sem saber do potencial explosivo que ele terá na história, tão pouco sobre a viagem no tempo. Isso ocorre apenas quando a bomba que mata muitas pessoas é explodida, acontecendo a realidade que temos em 2053. Já em 1890, temos o detetive Hillinghead, que luta contra seus desejos sexuais, e mesmo sem solucionar o caso em sua época, acaba vendo sua filha casar com Elias. Será dessa união que tudo se tornara como tem que ocorrer em 2053. Em 1941 o mundo vive sobre a ameaça nazista, e é nesse contexto que o detetive Whiteman acaba tendo que lidar com essa seita religiosa e um Elias já velho e de cama, mas seguindo com seu planejamento através da linha do tempo. Tudo só é consertado quando Maplewood sai de 2053, indo parar em 1890, para colocar o próprio Elias em dúvidas a cerca de seu futuro. Isso ocorre quando Hillinghead diz a ele que sabe de tudo, após a detetive lhe contar tudo anteriormente. Essa revelação faz com que Elias fique confuso a respeito dos seus planos, indo culminar assim em uma outra linha narrativa, que impede que um jovem Elias venha a estourar uma bomba atômica e 2023. "Corpos" é uma série cansativa e arrastada, necessitando de muita paciência, até que seus segredos são revelados.
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