São Paulo e o Mundial de 1992

Antes da Fifa criar o atual modelo de campeonato mundial de clubes, existia uma outra maneira de definir qual era o melhor time do mundo. O campeão da Champions League enfrentava o campeão da Libertadores da América e uma partida única no Japão. Em anos onde nem se falava tanto sobre Libertadores e Mundial, o São Paulo valorizou o torneio, ao vencer o principal torneio do mundo por dois anos seguidos. O são paulinos trouxeram o olhar dos outros torcedores para campeonatos continentais, já que por incrível que pareça, os clubes valorizavam muito mais fazer excursões ou disputar um campeonato estadual do que ir para América do sul e jogar as guerras da Libertadores. Enfim, vamos então falar do primeiro título mundial do São Paulo, jogando contra o Barcelona.

A equipe do São Paulo era uma verdadeira seleção, recheada de craques, que vieram até mesmo a se tornarem campeões com a seleção brasileira nos anos seguintes. O treinador era Telê Santana, que conta-se a história, liderou o time a base de ansiolíticos, devido a tamanha ansiedade que estava sobre ele em relação a essa partida. No elenco do São Paulo havia jogadores como Raí, Muller, Cafu, Toninho Cerezo e Palhinha. A equipe tinha um toque de bola refinada, nos fazendo até mesmo nos lembrarmos da seleção brasileira de 82, pois Telê gostava que suas equipes fizessem a bola se movimentar. Foram grandes anos para o tricolor, já que no ano anterior eles haviam sido campeões brasileiros e eram o atual campeão da Libertadores. Mais tarde, viriam também a vencer o Paulista do mesmo ano. Mas do outro lado estava o Barcelona, que tinha o gênio Johan Cruyff no comando. Os espanhóis tinham no gol o grande goleiro Zubizarreta, no meio campo o habilidoso Michael Laudrup e comandando o ataque estava o búlgaro Stoichkov. Eram duas escolas de bom futebol, e quem estava no estádio nacional de Tóquio, viu uma grande partida de futebol.

A partida começou com o Barcelona comandando as ações, procurando manter a posse de bola, além de variarem o jogo lançando a bola de um lado para o outro. O São Paulo começou mais tímido, analisando melhor a partida. O primeiro gol da equipe espanhola foi um golaço. Em um passe do Guardiola, ele encontrou Stoichkov, que chutou no ângulo, não dando chances para nenhuma defesa de Zetti. O interessante é que após sofrer o gol, a equipe são paulina partiu para cima com muita habilidade. O empate veio em uma jogada com Muller, que cruzou dentro da área, e assim Raí apenas empurrou a bola ao gol, balançando a rede. O Barcelona ainda perdeu uma clara chance de gol no final do primeiro tempo. O segundo tempo trouxe o tricolor dominando, mais solto dentro da partida, buscando jogadas, que trouxeram perigos com Palhinha e Muller. Cafu também foi um destaque, que driblava bastantes seus marcadores. O gol do título veio com o camisa dez, em uma cobrança de falta perfeita, no ângulo. Era o momento de consagração máxima da equipe, que levantava o troféu do mundo, sendo um presente para Telê Santana, que sempre quis ser campeão mundial. O São Paulo foi muito superior ao Barcelona, e conseguia assim seu primeiro título mundial.