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AMIGOS, APESAR DE TUDO

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Ninguém gosta de trabalhar, ninguém mesmo, ainda que apareça algum engraçadinho falando que tem prazer no trabalho, que o trabalho engrandece o homem, isso é tudo conversa. Existem dias de estresse, dias em que você não quer ver ninguém, nem mesmo levantar da cama, ainda mais ver aqueles velhos camaradas do dia a dia, que batalham junto conosco, cada um buscando o que é seu, no caso dinheiro, lógico. E sério, encontrar o Fabio naquele dia não seria legal, não mesmo, já fazia dias em que não estávamos nos falando.

Começa o dia, olho para o relógio, mas besteira, ele já estava gritando antes de me levantar, e eu ainda vou quebrar esse celular que fica apitando um barulho chato avisando que eu tenho que trabalhar, como se eu não soubesse. E assim vou eu, a rotina de sempre, o mesmo ônibus, os mesmos passageiros, o mesmo sono de cada dia. Espero que ninguém nunca me veja dormindo, não é uma boa visão logo assim tão cedo.

Entro na empresa, os mesmos “bom dia”, o mesmo apertar de mão e o mesmo trabalho de cada dia, e ali esta ele: o Fabio. Nós somos amigos, mas não estamos nos falando, e já faz alguns dias, e isso, bem, isso é chato. Imagine só ficar sem falar com seu amigo, são anos de amizade. E sabe o que é chato em uma amizade? Quando você vê o cara todo dia, e o mais chato? Ele trabalha com você.


- Oi, bom dia – digo para ele

- Bom dia - ele me responde

Nós dois queríamos dizer mais, queríamos falar do fim de semana, do que fizemos, das encrencas em que nos metemos, dos gols do fim de semana, do nosso time que perdeu mais uma. São tantas coisas, e a minha mente vai trabalhando assuntos para conversar, mas a minha língua não se move e a minha boca não expressa nada. Deve ser esse meu orgulho besta que não quer dar o braço a torcer. Mas o Fabio também não diz nada, ele segue quieto, mas eu sei que ele esta louco para puxar assunto, nós fazemos isso a três anos, mas não hoje, não agora.

- Me passa essa ferramenta – ele me pede algo relacionado ao trabalho

- Beleza, ta na mão – muito pouco para uma amizade, é meu pensamento

O dia vai passando, e olha só, a manhã passa e nem percebemos, isso é uma mágica que acontece na vida daqueles que trabalham o dia inteiro e acabam por não verem o tempo passar, e ele passa, e como passa rápido. Neste passar de tempo, já são três anos, e são três anos de amizade, e alguns dias sem falar nada. O motivo da briga? Nem me lembro, mas não posso ceder, ele se quiser que peça desculpas, mas eu nem sei o que desculpar, logo, nem sei por que estamos brigados. Coisa de amigo, mas esta demorando para o silencio acabar, eu queria contar para ele da menina que estou gostando, ah, tenho certeza que ele ficaria muito feliz em dar palpite e me zoar, mas parece que não será hoje.

Chega o período da tarde, depois daquele almoço gostoso, hoje no caso a bela e boa feijoada. Volto para o mesmo lugar e o Fabio também.  Pega a peça, coloca na caixa, fecha a caixa e a deixa de canto para fazer a próxima. Achou estranho? O nome disso é rotina. Agora faltam dez minutos para o fim do dia, vou falar algo, puxar assunto. Ele pega as peças, eu pego a caixa, então ele coloca as peças na caixa e chega a minha vez de fechá-la.  As coisas não saem como o esperado. Fechei errado, as peças ficaram tortas e então um inicio de risada surge na boca do Fabio, e na minha também. Eu não falo nada, nem ele, mas nem precisa, somos amigos e amigos se entendem, mesmo com uma risada.

- Falou, até amanha – ele me diz na hora de embora

- Até amanhã- eu respondo.

Eu vou embora sabendo que amanhã tem mais, e ele também sabe que amanhã tem mais. Mais caixas, mais peças, mais rotina e mais risadas, ou seja, mais amizade!


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