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Ladrões de Bicicleta, o triste e clássico filme do cinema italiano

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Gosto sempre de falar que o cinema não é apenas feito nos Estados Unidos, sendo que existem diversas produções importantes sendo realizadas em todo o mundo. Um desses países que faz um bom cinema é a Itália, responsável pelo Neorrealismo, um dos movimentos mais importantes da arte, apresentando um cenário mais real, mostrando principalmente as dores do povo, que seguiu após as consequências da segunda guerra mundial. Um dos filmes mais importantes dessa época foi Ladrões de Bicicleta, filmado em preto e branco, já que teve seu lançamento em 1948. Vemos na trama uma Itália em crise após a guerra e como o povo lidava para arrumar emprego e sobreviver naqueles tempos.


A história é simples e parece que vai seguir um tema mais aventureiro, mas lembre-se, estamos falando do Neorrealismo, onde tudo é mais cru e maia cinza. O roteiro mostra um pai de família chamado Antonio, que precisa achar um meio para sustentar sua família. Em meio a crise pós guerra, ele consegue uma vaga de emprego, mas precisa de uma bicicleta. Com muito custo, consegue uma e segue feliz para o trabalho. O problema é que enquanto trabalhava, Antonio vê a sua bicicleta sendo roubada. Desesperado ele começa assim uma busca por toda cidade junto com seu filho Bruno, atrás do seu instrumento de trabalho. Por trás dessa busca, acompanhamos a cidade italiana e o relacionamento entre pai e filho. Temos tristes momentos e a direção apela em algumas cenas, quando vemos os personagens em meio a chuva, ou então junto com amigos em uma feira de bicicleta, não chegando nem perto de achar o seu meio de transporte. Seguimos o drama de Antonio e torcemos por ele, pois queremos vê-lo sustentando a sua família sem problemas.

Algo que me chama muito a atenção é a forma que Bruno segue o seu pai, mesmo cansado ele está sempre correndo e olhando para seu pai, que para ele representa um herói digno de inspiração. Mas também vemos o jovem se decepcionando quando leva um tapa do pai ou quando o vê deixando um suspeito escapar. Antonio tenta de tudo para achar a bicicleta, chegando até mesmo a entrar em brigas na rua. Mas o ponto alto é o fim do filme, onde Antonio encontra uma bicicleta sozinha na esquina. Ele tenta roubá-la, em um último ato de desespero, mas é pego. Bruno assiste tudo e no seu olhar vemos a decepção do garoto. Antonio é solto, mas vê que naquele dia perdeu mais que uma bicicleta, mas a admiração do filho. O fim do filme tem os dois percorrendo o caminho sem encontrar a bicicleta, enquanto Antonio derrama lágrimas de frustração e vergonha. Enfim, a trama nos ensina que não devemos deixar nossos valores por conta do desespero. É triste observamos o ponto que as pessoas chegaram no pós guerra, roubando até mesmo um homem trabalhador. Mesmo em preto e branco, a fotografia retrata uma Itália abalada e em crise. O filme é muito bonito, com uma mensagem muito atual, mostrando o quanto os pais podem influenciar os filhos, sendo exemplo ou uma decepção.

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