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P.A Entrevista #32 - Danilo Couto

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Você já sonhou em viajar pelo país e pela América latina? Já pensou fazer tudo isso de moto? Pois é, nossa entrevista é com Danilo Couto, um cara apaixonado por viajar, que tem se aventurado pelas Estradas em cima de sua moto. Em sua aventuras ele já percorreu diversas cidade do Brasil e também da América do Sul. Nesta entrevista Danilo nos conta sobre o que tem vivido nas suas viagens, as dificuldades que já enfrentou e as belezas que já visualizou. Para você que curte viajar, essa entrevista é uma inspiração. Bora la!


1-) Como surgiu a inspiração e o desejo de sair viajando de moto?
Quase do nada, nunca tinha planejado fazer uma viagem tão longa como essa. Mas o contexto que minha vida se encontrava meses antes de eu começar a viagem dão a resposta. Eu tinha um Hostel na praia, em Santa Catarina, onde por quase quatro anos convivi com viajantes, mochileiros de todo canto e com culturas, histórias e lições diferentes. Isso alimentava a minha vontade de conhecer o mundo. Mas o que me levou mesmo a tomar essa decisão foi me ver numa relação nada saudável com minha sócia que consumia muito o meu tempo e energia. Quando perdi meu melhor amigo decidi não perder tempo com aquilo que não estava bom. Fiz algumas contas, entreguei minha parte do Hostel, me desfiz do pouco que tinha, coloquei a Mochila, subi na Moto e parti. 

2-) Quais os maiores aprendizados que você tem tido através das viagens?
Teve vários. Ser humilde, ser aberto, solicito e disponível. A aceitar a realidade como ela vem, não reclamar de nada e usar a solução possível, e não a perfeita. Ser eu mesmo sempre e dar tempo para as pessoas se acostumarem com você e se permitirem ser como elas são também. Assim toda relação cresce saudável, verdadeira e duradoura. Acredito cada vez mais na conexão que existe entre a natureza, as pessoas e os acontecimentos. Aprendi a aceitar todos os convites feitos, pois nunca saberemos onde vamos parar e quem vamos conhecer. Os melhores lugares, oportunidades e amizades surgiram dessa atitude. Ser otimista e fazer sempre o bem, pois o seu caminho dependerá disso. Escute a sua intuição, respeite a natureza e sua força. Conheça os seus limites.

3-) A sua visão de mundo mudou depois das viagens? Como é a sua visão de mundo depois de tantas aventuras?
Mudou e continua mudando. Nós não temos a menor noção de como é a vida do outro, por isso não podemos achar que nossas opiniões sejam base para tudo. É preciso se levar menos a sério, pois a chance de você estar errado é muito grande. Vi isso quando conheci o Sertão nordestino, onde não existe água e a terra não da nada para comer. Então me lembro do Sudeste e Sul do Brasil, onde a natureza abundante facilitou a vida delas dizendo que os povos do Nordeste precisam trabalhar mais e são privilegiados com políticas assistencialistas. Além disso me tornei mais flexível em relação a tudo. A aguentar mais a fome, o frio, a falta de qualquer conforto para dormir, etc. Por mais ruim que esteja, existe muita gente passando por isso todos os dias. Por isso não reclamo de nada.

4-) Quais os maiores perigos que já enfrentou?
Eu quebrei a perna na Transamazônica e tive que seguir com ela quebrada por 100 Kms na selva até chegar em um povoado e pedir ajuda. Certa vez entrei numa área de desova de corpos perto de Saquarema. Estava chovendo forte, não tinha luz e a estrada de lama super escorregadia não me deixava passar dos 15 Km. Outra vez quase perdi a Moto para as Aduanas do Peru. Uma vez uma Cobra Urutu deu um bote em mim. Cheguei também a cair de um Penhasco nas Agulhas Negras. Na Colômbia eu estava com as Farcs e então o exército colombiano nos interceptou e começou um questionamento muito pesado. No Rio Grande do Norte eu fugi dos motoqueiros entrando em uma Lavoura para evitar um assalto. Um grande perigo que enfrentei foi quando tive que abandonar a Moto atolado até a metade no barro da BR 319 e tive que caminhar por 33 Km, 15 horas em meio ao lodo até os joelhos e com medo de morrer de sede, fome e ser comido por uma Anaconda ou outro animal. Comecei a ficar louco e falar sozinho pensando na possibilidade real de morrer naquele dia, pois estava no meio da floresta. No meio da caminhada tive que atacar uma Ariranha com um Facão.

5-) Quais lugares que você visitou que merece retorno? E quais aqueles que você não voltaria?
No Brasil visitaria algumas praias da Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceara. A Chapada Diamantina, Manaus, Belém e Alter Chão. Muitos lugares do Equador, Colômbia, Costa Rica e México. De maneira geral não voltaria para a maioria dos lugares super turísticos e quase todas as cidades do Panamá e Beliza. Mas não porque não gostei, mas porque tenho que priorizar o tempo com os melhores lugares.

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