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P.A Entrevista #26 - Alexandre Nagado

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A entrevista desta semana é com Alexandre Nagado, um cara apaixonado pela cultura japonesa, que como redator escreveu em diversas revistas famosas, como a revista Herói e a revista SET. Alexandre também fez muitas  palestras pelo Brasil falando de cultura pop japonesa e já lançou um almanaque falando sobre o assunto. Para completar, Alexandre possui dois Blogs muito interessantes, o Sushi Pop, falando sobre a cultura pop japonesa e o Reflexo Cultural, onde trata de assuntos que envolvem arte, cultura e política.




1-) Como você acabou entrando no mundo da cultura pop japonesa?
Gosto de seriados e desenhos japoneses desde criança, desde muito antes de conhecer os termos mangá, Animê e Tokusatsu. Assistia muito Speed Racer, Ultraman, UltraSeven, Sawamu, Fantomas, Robô gigante. Cresci vendo isso e gostava também das músicas que tocavam. Meu primeiro trabalho profissional com quadrinhos foi escrever roteiro para Flashman, que saiu no gibi do Jaspion, em 1990. Em 93, meio que por acaso, acabei fazendo umas colaborações para a revista SET- Cinema e Vídeo, graças a um espaço aberto pelo Carlos Eduardo Miranda. Lá eu conheci o André Forastieri e o Rogério de Campos, que no ano seguinte criaram a editora ACME, e a revista Herói. Me chamaram para colaborar e fiquei um bom tempo escrevendo sobre heróis japoneses lá. Em 2000 fui chamado pelo Jotapê para participar do projeto do site Omelete, onde escrevi durante alguns anos. Mas escrevi para vários outros lugares também, entre revistas e sites. Dei muitas palestras pelo país, cantei em eventos. Já estive muito envolvido com tudo ligado a cultura pop japonesa.

2-) Ao escrever para grandes revistas da cultura pop, como a Herói, quais foram os seus grandes aprendizados?
Bom, o comprometimento com os prazos vem desde o tempo em que eu estudava desenho. Eu já era desenhista profissional quando comecei a escrever, então estava acostumado a ter que respeitar prazos. Em termos de aprendizado, trabalhar na Herói me fez levar a pesquisa mais a sério. Não sou jornalista e sabia que tinha que escrever e pesquisar bem, pois um dia perguntariam a mim sobre formação e eu não podia mostrar um trabalho capenga.

3-) Como tem sido o seu trabalho com palestras pelo país? Qual seu grande objetivo?
Atualmente não faço mais isso. Durante alguns anos percorri o país fazendo palestras sobre quadrinhos e cultura pop japonesa. Eu tinha como objetivo fazer isso a vida toda, mas o mercado para isso retraiu muito, e muita gente confunde um cara sentar na frente de um público e falar sobre o seu trabalho e fazer uma palestra. Eu dei palestras profissionalmente, tenho treino em oratória e fazia palestras recebendo cachê e sendo reconhecido até pelo consulado geral do Japão. Eu poderia fazer isso a vida toda, mas a época passou. Mesmo meu trabalho como desenhista e redator ficou para trás em termos de atividade profissional. Hoje tenho um trabalho fixo como funcionário público da área de segurança patrimonial. Faço serviços de criação muito esporadicamente e tenho dois Blogs. Sonho em um dia voltar a área artística ou criativo a modo de viver disso, mas as chances são cada vez menores, sendo realista. De certa forma, estou aposentado como profissional de criação, fora do mercado. Enquanto puder, vou tocando meus Blogs. Mas um dia, quem sabe - sonhar é bom - eu não consigo voltar? Tenho 46 anos, o que pode parecer uma idade morta pra quem é adolescente, mas há muita coisa que ainda gostaria de fazer.
 
4-) Como você enxerga o mercado de Animê hoje em dia?
Acho complicado falar em mercado quando uma parte gigantesca do consumo é gratuito, as custas da pirataria. Há pouca coisa na TV, mas para compensar, os serviços de streaming oficiais como o Netflix e Crunchyroll  estão crescendo. Acho que hoje é algo incorporado a vida de milhões de jovens brasileiros e isso é bom. Antes, desenhos japoneses eram algo bem restrito e hoje são algo bastante reconhecido.
 
5-) Os Tokusatsu ainda possuem espaço no Brasil? Quais os seus favoritos?
Sim, possuem. Os fãs de Tokusatsu recorrem proporcionalmente mais a pirataria que os fãs de Animê. De oficial, tem o Garo no Netflix e várias séries Ultras no Crunchyroll. Meus favoritos são os Ultras clássicos. Ultraman, UltraSeven e o Regresso de Ultraman. Mas também gosto muito de Mebius, Tiga e Orb. E estou acompanhando semanalmente o Ultraman Geed no Crunchyroll. Fora isso, também gosto muito de Jaspion, Jiraya, Cybercop, Metalder, Kamen Rider Black. 

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