O filme de Duna era esperado por muita gente. Primeiro porque a série de livros é um clássico da literatura mundial, contendo um universo muito interessante, possuindo aventura, drama e contendas politicas. Para adicionar mais expectativa, a direção do longa ficou a cargo do premiado Denis Villeneuve, responsável por filmes como "A chegada" e "Blade Runner 2049". Com um elenco de grandes nomes o filme Duna estreou e fez sucesso, tendo a sua continuação anunciada para 2023. Por outro lado ouve reclamações sobre a trama, em relação ao roteiro e da produção terminar sem um final. Sendo assim, gostaria de falar sobre as minhas percepções sobre Duna.
Este primeiro filme cobre apenas a metade do primeiro livro de Duna, causando uma certa frustração nos fãs. Temos que lembrar que o livro é enorme, tendo mais de 800 páginas. Villeneuve preferiu não acelerar as coisas para apenas ter um final conclusivo. Ele preferiu ir por outro caminho, preferindo criar e apresentar o universo primeiro, levando o público a se acostumar com tudo o que estava sendo apresentado. Para quem não leu o livro, acabou reclamando das cenas de flashforward, mas isso acontece muito na versão escrita, quando Paul tem suas visões acerca do futuro. A química entre os atores é muito boa, trazem grandeza aos personagens, onde vemos que a grandiosidade não esta nos atores e sim naqueles personagens, pois todos possuem profundidade, pelo menos dentro dos livros. Tudo que o diretor nos apresenta é muito bonito, a fotografia é fantástica. Gostei muito dos Helicópteros e da mistura entre tecnologia e a parte orgânica do planeta. Um dos momentos mais esperados era a aparição dos monstros do deserto, e a principio é uma ótima experiência visual.
Mesmo sendo fã deste universo, parece que o filme termina faltando alguma coisa, ou seja, um final conclusivo. Não apenas isso, a formatação do roteiro é diferente, o que nos causa uma certa estranheza, já que estamos acostumados com o roteiro padrão de três atos, onde tudo se conclui. Villeneuve esta querendo transformar Duna em um experiência episódica nos cinemas. Foi uma decisão arriscada, mas neste primeiro passo conseguiu boa bilheteria, mesmo sendo criticado por algumas pessoas. O protagonista, Timothée Chalamet é um talento puro, uma grata surpresa da nova geração. Ele consegue transmitir emoção e o contexto dramático em que o jovem Paul esta envolvido. Jason Mamoa possuí seus bons momentos, mas também ficamos com a sensação de que seu personagem poderia ter apresentado mais. Concluindo, gostei da experiência de assistir Duna, pois Villeneuve consegue criar um universo muito bom. Como trama, estranhei a forma que o roteiro foi montado, criando sim uma sensação de vazio sem a conclusão. Duna não é um fracasso ou filme ruim, só que sofre pela grandeza de seu universo, levando a produção a seguir linhas narrativas que não fazem dele um épico. Uma pena!
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