Talvez você não se preocupe ou não de tanta atenção, mas as eleições no Chile precisam ser observadas de perto. Primeiro pelo fato do Chile fazer parte da América do sul, sendo um vizinho aqui do Brasil. Outro ponto são os dois polos de pensamentos políticos envolvidos. Assim como em nosso país, vemos dois lados muito diferentes na disputa. Por um lado vemos o candidato José Antonio Kast, de uma Direita radical e que é próximo ao pensamento politico de Pinochet, parecendo um Bolsonaro chileno. Na outra ponta temos Gabriel Boric, um esquerdista radical, que busca uma revolução, sendo aliançado a partidos comunistas. São dois estilos de governo brigando em um segundo turno ainda definido no Chile.
Com um discurso parecido com o de Bolsonaro, o candidato Kast trouxe um lema durante a sua campanha, onde grita por "ordem, segurança e liberdade". Diferente do presidente brasileiro, Kast sabe se comunicar, sabe andar por diversos ambientes e seus discursos lhe trouxeram a vitória nas urnas no primeiro turno. Em um mundo onde discursos como o dele incomodam, Kast prega contra aborto, casamento homossexual, procurando imprimir um governo conservador no país. Boric por sua vez clama por uma revolução radical em todos os níveis, muito por conta de sua trajetória politica, sempre envolvido em protestos e discursos a favor de minorias. Parece um discurso bonito, mas ele flerta com a radicalidade comunista. Extremismos são sempre ruins, e neste caso, o Chile vive um drama em ter dois candidatos que são apaixonados pela causa que pregam, andando com um extremismo na mensagem em que anunciam para a população chilena.
O mundo vive hoje uma polarização, uma guerra entre dois tipos de mensagens. Por um lado temos sempre um politico de Direita, conservador, mas também muitas vezes radical no que propõe. Do outro lado um politico da Esquerda, falando sobre minorias e querendo liberação de tudo e uma dependência maior do Estado. Enfim, diversos países ao redor do planeta estão vivendo esse contexto, e agora chegou a vez do Chile escolher como serão os próximos anos em seu país. Na história chilena, todo candidato que venceu o primeiro turno acabou se tornando presidente. Sendo assim, Kast é o grande favorito, mas seu discurso de ultra direita e elogios a Pinochet incomodam e geram medo de um governo ditatorial. Acontece que Boric parece também um revolucionário, querendo mudar tudo e ao mesmo tempo deixar o Estado maior e com mais autoridade. São escolhas difíceis, e o escolhido para o cargo mais alto do Chile terá uma grande responsabilidade em governar o país pós Pandemia mundial.
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