Seguidores

Tecnologia do Blogger.

Visitantes

Posto de gasolina, sábado de manhã

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Pedro estava pronto para mais um dia de trabalho no Posto de gasolina. Como de costume, arrancou as correntes, abriu a lojinha de utilidades e viu Marcos chegando sonolento e com um ar de que tinha aprontado na noite anterior.

- Que cara é essa Marcos?

- Ué, a cara de sempre - em seguida um bocejo de quem dormiu pouco saiu pela sua boca.

- Sei, foi para a noitada de novo né? Deixa sua mulher ficar sabendo disso.

Marcos não deu atenção e saiu andando para tentar ajudar em algo na arrumação, mas era só um disfarce para tentar mudar de assunto.  


Pedro já sabia, era sempre assim. Chegava sexta feira e o amigo ia para a bagunça. Marcos era um homem cheio de amor para dar, segundo ele dizia. Dessa maneira ficava paquerando as meninas que passava na rua, mas só tinha sucesso mesmo com as mulheres mais velhas.

"Cuidado com elas Marcos, velha apaixonada é um perigo", era o que Pedro sempre avisava, mas Marcos nunca deu atenção. Mesmo casado, ele gostava da farra. O problema era o dia seguinte, pois ele chegava cansado, com sono e com ressaca. Não faltava no trabalho, mas dava trabalho para Pedro.

Ainda cedo chegou o primeiro cliente no estabelecimento, uma mulher por volta de seus cinquenta anos, bastante arrumada, junto com um homem um pouco mais velho. Marcos foi atende-la, mas chegando perto conseguiu já avalia-los, mesmo com sono, percebendo que na verdade quem mandava naquela relação era aquela mulher. Era uma postura de mulher mandona e de um cara mole.

- Moço - era a voz da mulher - eu quero calibrar o pneu, onde é o lugar para fazer isso?

- Ali do lado, só encostar o carro e calibrar - respondeu Marcos.

- E você não vai calibrar pra mim? - perguntou ela em um tom de mulher mandona.

- Eu? Sei fazer isso não - disse Marcos em um tom debochado.

- Caramba, você trabalha aqui e não sabe fazer isso?

- Oxi, e você não sabe? E esse homem do seu lado, também não sabe?

Um ficou olhando para o outro. A mulher brava por não ser atendida, o homem envergonhado por ter sido exposto, e Marcos revoltado com aquela situação. Após aquele silêncio constrangedor, Marcos decidiu atende-la.

- Mas será possível?- resmungava enquanto calibrava os pneus daquele carro - não é possível.

Marcos terminou o serviço e viu a mulher ligar o carro saindo sem agradecer. Pedro observava a situação de longe e dava risada daquele constrangimento todo. Enquanto o carro saia, Marcos via a ressaca indo embora de tanta raiva, e saiu chutando as pedrinhas no chão, até o momento que chegou um novo cliente. 

Esse já era conhecido, era o Chico, que todo dia abastecia por ali.

- Ta bravo Marcão?
 
- Ave, nem me fale cara, uma doida passou aqui, vê se pode, mulher mandona, toda chata.

Pedro encostou e contou a história. Chico ria o tempo todo enquanto Marcos bufava de raiva. Abastecido o carro, Chico saiu com sorriso no rosto e o veículo com tanque cheio. Pedro foi na lojinha terminar de arrumar as coisas. Marcos foi ajeitar a mangueira da calibração, quando viu um pequeno papel no chão

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 

POPULARES DA SEMANA