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P.A Entrevista #24- Henrique Silva

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O mercado de quadrinhos do Brasil está crescendo bastante, e na entrevista da semana temos o autor e desenhista Henrique Silva. Ele é o autor de duas ótimas HQ. Ele escreveu e desenhou "Sentido", onde mostra a vida cotidiana, e também é autor de "Relógio", um ótimo drama. Enfim, Henrique nesta entrevista nos fala sobre quadrinhos e o mercado brasileiro.




1-) Como surgiu a sua paixão por quadrinhos?
Era o ano de 2002, eu tinha cinco anos na época e meus pais me levaram ao cinema para ver o filme do Homem Aranha. Fiquei tão extasiado e empolgado com o personagem que queria mais daquilo. A partir dai comecei a consumir quadrinhos de super heróis, especificamente do Homem Aranha que ainda é meu personagem favorito e no qual eu ainda leio histórias até hoje. Por volta de 2011 descobri novas formas de quadrinhos quando me deparei com o trabalho dos gêmeos Fabio Moon e Gabriel Bá. Vi nas obras deles o gigante potencial que os quadrinhos têm para contar qualquer tipo de história, inclusive sobre o cotidiano, sobre o amor, sobre a perda e coisas além da ação impactante dos quadrinhos de heróis. Daí em diante fui conhecendo autores que se tornarem referencias para mim, como o Will Eisner, Art Spielgman e Craig Thompson.

2-) Quais são as suas maiores dificuldades como quadrinista independente?
Bem, acho que a primeira dificuldade que me vem a mente é ter de conciliar "trabalhos que pagam a conta" com o trabalho com quadrinhos. Você precisa saber se organizar para conseguir produzir as páginas da HQ (que geralmente demandam muito tempo) no período disponível que você tem, e muitas vezes isso significa virar a noite desenhando páginas. Além disso, ainda tenho o problema da distribuição. Fazer o seu quadrinho chegar ao público sempre é um problema quando a obra já está pronta, os eventos e a internet facilitam as coisas mas inda não é suficiente.

3-) Como surgem as ideias para as suas histórias?
Geralmente as ideias partem de alguma vivência pessoal ou de alguém próximo a mim, que acabo me inspirando. Tendo isso, costumo trabalhar com o que eu quero passar com uma história e qual a melhor forma de fazer isso, sempre buscando retratar emoções reais e humanas para que o público possa criar um elo com o personagem e se identificar com a história.

4-) Como você enxerga o mercado de quadrinhos no Brasil?
Em crescimento. A cada ano nota-se um crescente de pessoas interessadas no quadrinho autoral brasileiro e isso fortalece o mercado e estimula os autores a produzirem mais e melhor. Porém, ainda é um nicho pequeno, como toda a produção autoral no Brasil. A mídia quase não da espaço e isso ajuda a manter um certo preconceito que existe para com os quadrinhos e sua produção nacional.

5-) Quais dicas você daria para aqueles que querem escrever uma HQ?
Primeira: para fazer quadrinhos você precisa amar quadrinhos.
Segunda: leia todo tipo de histórias, de todos os estilos e traços. Isso vai fazer com que tenha uma bagagem linguística e facilitará na hora de compor um bom roteiro e montar seu quadrinho
Terceira: estude sobre quadrinhos, isso vai desde saber como funciona uma boa narrativa e como ter diálogos interessantes até composição de imagem, enquadramento, cores e outras questões estéticas.
Quarta: esteja disposto a dar a cara a tapa. É como se o autor colocasse no papel uma parte de si e expusesse a todos. As pessoas farão relação dos personagens, dos acontecimentos, dos sentimentos da história com você e com sua vida, mesmo que não seja verdade, será a interpretação delas.
Quinta e última dica: para fazer quadrinhos você precisa amar quadrinhos

Um comentário

  1. Cara, muito massa!!! Sucesso nessa trilha - que não vai ser fácil - mas com amor e paixão o trabalho se torna estimulo e vai sempre pra frente. O Brasil precisa de mais jovens como você que querem, buscam e fazem acontecer. Parabéns, na boa!! Espero ver muito e muito mais artigos sobre você e sua arte pelo Brasil e no mundo (quem sabe né ! nada é impossível) pra que pelo menos, as novas gerações (e quem sabe as mais velhas também) possam se instruir, inspirar e aprender com sua arte. É essa minoria como você que irão salvar esse país.

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