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Uma dor tão doce

terça-feira, 8 de agosto de 2023

Esse é um dos livros que começa como quem não quer nada, parecendo um dos livros adolescentes do John Green, com personagens dessa faixa etária e seus mais diversos complexos. Mas ao longo da leitura, o escritor David Nicholls traz assuntos complexos e profundos ao longo da trama. Quem nunca teve um primeiro amor? Sabe aquela paixão dos tempos da juventude? Pois é, o autor traz essa temática em sua obra, ao mostrar o protagonista Charlie já com seus trinta anos prestes a se casar, mas que se lembra de um tempo de sua juventude, quando em um verão complicado, acabou entrando em uma companhia de teatro e conheceu Fran, a garota mais interessante que ele poderia ter conhecido, que mudou a sua vida e o levou a se apaixonar.


Apesar de mostrar duas épocas diferentes da vida de Charlie, o livro se concentra em contar aquele momento do passado e vemos que a vida do garoto não era fácil. Charlie acabava de ver os seus pais se separando e seu pai entrou em uma depressão profunda, vivendo bebendo e dormindo o dia todo. Com isso, o garoto vivia em uma ansiedade achando que o pai poderia se suicidar a qualquer momento, enquanto se sentia rejeitado por sua mãe, já que ela foi morar com o novo marido e levou apenas a sua irmã. Em meio a tantos problemas, Charlie por acidente conheceu Fran, em uma de suas voltas de bicicleta. Apaixonado, entrou na companhia de teatro para participar da peça "Romeu e Julieta". Tudo para ficar mais perto da garota. O desenvolvimento da história entre os dois é muito interessante, mostra o quanto alguém apaixonado é capaz de chegar para estar do lado de quem ama. Como esperado, os dois acabam tendo um romance, onde ele tem sua primeira vez com ela. Os personagens secundários não são aprofundados, mas se mostram importantes no contexto, como Miles, o ator que faz Romeu, e também George, que sempre teve uma paixão platônica por Fran.

A bicicleta é uma ferramenta dentro da trama, já que é sempre citado que tanto Fran como Charlie andavam bastante no veiculo. O protagonista teve que lidar também com circunstância adversas, como acabar entrando em um esquema de roubo onde trabalhava. Quando ele é pego, temos diálogos profundos entre ele e o pai, onde o garoto acaba desabafando tudo o que sente a respeito do pai. Como todo verão, as coisas passam, e após a apresentação de "Romeu e Julieta", cada um segue o seu caminho. Charlie e Fran ainda namoraram por mais um ano, mas as diferenças e as escolhas de vida os separaram. Pulamos então para o tempo atual, com Charlie sendo convidado para o reencontro da companhia de teatro, vinte anos depois. Sua noiva, Niahm, que sempre soube do primeiro amor do noivo, o deixa ir. É muito legal o reencontro entre Charlie e Fran, que já esta com uma criança e grávida, de George. O diálogo entre os dois sozinhos é muito bonito, onde apesar de terem se amado, já não é possível estarem juntos, a vida seguiu por rumos diferentes. Talvez por isso, o nome do livro, pois é uma dor eles não ficarem juntos, mas é doce, pois foi um momento importante da vida deles. Charlie agradece por ela ter feito parte da vida dele. Essa cena é uma das que vão ficar na minha memória, pois é muito bem escrita e traz tantos sentimentos. Charlie volta então para a sua noiva e sua vida segue em frente, assim como a da Fran. "Uma dor tão doce" é sobre primeiro amor, amizade e família, buscando mostrar que nem todo primeiro amor dura para sempre.

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