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Ouça o que eu digo, não ouça ninguém

sábado, 10 de dezembro de 2022

O terceiro álbum do Engenheiros do Hawaii, lançado em 1988 consegue trazer uma identidade para a banda, repetindo a formação da produção anterior, com Humberto Gessinger, Carlos Maltz e Augusto Licks. O som da banda veio com mais solidez e Humberto aproveitou para também trazer como de costume, diversas metáforas dentro de suas letras. O Engenheiros já começava a ter um nome conhecido pelo Brasil, e começava as comparações com as outras bandas nacionais de rock. Gosto muito do som da guitarra de Licks nesse álbum, e acredito que ele seja a principal base sonora para o sucesso da banda, pois o Engenheiros traz um trabalho mais maduro e sólido em seu terceiro disco.


Se no álbum anterior o som era mais leve e folk, agora a banda vem com um som mais pesado, inspirado no hard rock. Logo de cara a canção de abertura que traz o nome do álbum, "Ouça o que eu digo não ouça ninguém" fala sobre não seguir tudo o que falam, da pessoa saber pensar com a própria cabeça. Os anos oitenta possui a sombra de uma possível guerra nuclear, que ficava na mente de diversas pessoas, e assim "Cidade em chamas" traz um pouco desse assunto dentro de sua letra. "Sob o tapete" é aquele rock balada, sonorizado pela guitarra de Licks guiando tudo e Maltz socando a bateria, enquanto Gessinger fala de uma pessoa confusa na vida. "Desde quando" também é bastante rápida e com uma letra cheia de contestações com as coisas ao redor. Em "Nunca se sabe" vemos um som mais reflexivo, com Gessinger cantando muito bem as suas diversas metáforas, falando sobre escolhas e uma busca de uma vida livre. "A verdade a ver navios" repete o início de "Terra de gigantes" do trabalho anterior, mas de forma engraçada Gessinger canta que uma coisa não se repete duas vezes.

Uma das músicas mais famosas do Engenheiros do Hawaii esta neste álbum, falo da famosa "Somos quem podemos ser", com arranjos bem produzidos, uma letra bonita, que fala de sonhos e de saber que nós somos quem somos. Essa canção destoa um pouco das guitarras contidas nas outras músicas, sendo uma faixa a parte do contexto do álbum. "Tribos e tribunais" volta com diversas comparações na letra, com Gessinger misturando futebol, tribunal e pessoas que se aproveitam de outras. É nítido que Humberto possui uma visão politica abrangente e busca abordar isso nas suas canções. Também já nesse momento já é possível confirmar o crescimento musical da banda, e temos um solo muito bem feito de Augusto Licks nessa música. Gessinger cita na letra a banda Pink Floyd. Na canção "Pra entender", mais politica e visão de mundo e comportamento. A canção "Quem diria" é puro hard rock, uma influencia das bandas americanas dos anos oitenta. A letra fala do fim de uma paixão. A última canção do álbum se chama "Variações sobre o mesmo tema", que é uma viagem citando letras de outras músicas, falando de Bob Dylan e buscando mostrar uma pessoa confusa e cheia de variações. Ouça o que eu digo não ouça ninguém é um álbum mais sólido, não melhor que Revolta dos Dândis, mas solidifica a identidade da banda, tanto sonoramente como nas letras de Gessinger.

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