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Apollo 10 e meio, uma viagem para a nostalgia

terça-feira, 28 de junho de 2022

Imagine você morando em Houston nos anos sessenta, quando esta acontecendo a corrida espacial, com a NASA e sua equipe técnica trabalhando fortemente para enviar o homem para a Lua. Com certeza isso mexia com a imaginação das crianças e com toda estrutura da cidade. É através desse tema que o diretor Richard Linklater conta a sua história, que é uma viagem para o tempo de sua infância e como ele lidou com os acontecimentos daquela época. O filme é filmado em rotoscopia, ou seja, uma animação produzida por cima de atores reais, o que traz um tom de realidade mesmo através da animação. Linklater nos convida para a nostalgia mostrando como era a vida nos anos sessenta.


O roteiro se concentra no garoto Stan, um adolescente normal de Houston, que tem a sua vida mudada quando dois cientistas da NASA aparecem na sua escola com uma missão. Houve um erro de calculo e uma capsula pequena foi construída, e assim apenas uma adolescente poderia ser usado como um teste do homem na Lua. Stan aceita a missão e parte durante as suas férias para um treinamento e lançamento para a Lua. É neste momento de treinamento que o filme começa a nos mostrar através da narração do protagonista como era a vida nos anos sessenta. Você encontra muita coisa em comum com a vida dos brasileiros e a infância que vivemos em nosso país, mostrando o quanto os americanos influenciaram a vida dos brasileiros. Stan nos conta como era o contexto politico dos americanos naqueles anos, fala sobre a guerra do Vietnã, de forma cômica nos apresenta os hippies e como as famílias viviam na cidade. A musica é nos apresentada através dos gostos pessoais de suas irmãs.

Existem algumas criticas de Linklater ao contexto social, mas tudo transmitido com muito bom humor. É incrível como muitas coisas perigosas eram feitas e ninguém falava nada, como por exemplo seis crianças na capota de um carro em plena estrada em alta velocidade. Vemos o motivo de muitas mulheres terem muitos filhos, como as famílias se divertiam, principalmente na ida ao principal parque da cidade e as idas das crianças para o cinema, quando assistiam diversos filmes repetidos. É muito legal acompanhar como era a vida sem internet, quando as pessoas inventavam diversas maneiras para se divertir. É interessante vermos as amizades que eram feitas na vizinhança, as brincadeiras na rua, o trotes por telefone, os jogos de tabuleiro em família e como as escolas funcionavam. Existe espaço para falar das séries e filmes de sucesso da época. Por fim, Stan acaba indo sozinho para a Lua, antes da Apollo 11, mas nunca ninguém ficou sabendo. Foi algo real ou apenas uma imaginação da mente do garoto? Não da para saber, apenas que de fato foi uma viagem nostálgica para um tempo onde a vida era vivida de outra maneira. Richard Linklater nos entrega um filme muito bonito, que traz boas lembranças para quem viveu um pouco daqueles costumes.

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