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O beijo roubado

domingo, 10 de setembro de 2023

As noites escuras sempre trazem uma oportunidade para os apaixonados. Faça o seu exercício de memória. É de noite que o homem apaixonado corre em busca de sua garota e a beija, em uma daquelas famosas cenas de filmes. É de noite que tudo se conclui, que um se declara ao outro, que o beijo apaixonado acontece, que os suspiros são arrancados e os desejos supridos. 

Naquela noite, Fernando achava que era o momento. Conversava já por muitos meses com Débora. Poxa, ele estava ali conversando com a garota por tanto tempo. Os dois haviam aberto o coração um para o outro, contando segredos e frustrações. Quantas noite de conversa na rua principal da cidade, em um banco de praça. O vento as vezes batia, mas em outras noites, o clima seco vigiava aqueles dois jovens. Era só um beijo, apenas um beijo que Fernando desejava, e que em seguida, que houvesse amor.


Tudo pode ficar ainda mais bonito quando se é uma história de amor não é mesmo? Imagina então se tudo acontecesse em uma noite de natal. Seria o clímax perfeito, a verdadeira história de romance dos filmes americanos. Só faltava a neve, mas não iria faltar o beijo.

Fernando decidiu que naquela noite ele iria beijar a garota por quem estava apaixonado. Débora por outro lado vivia se fazendo de difícil. Em um momento queria beijá-lo e viver essa aventura, mas em outro, estava em dúvidas. Enquanto a noite começava, Fernando viu os pais indo passar aquela véspera natalina com amigos, deixando o filho em casa, já que sabiam que ele não gostava muito do natal. O que Fernando não esperava, era que Débora gostava ainda menos. Pois as 22:00 da noite encontrou a garota de pijama, se preparando para dormir.

- Você esta doida? Já vai dormir?- Perguntou Fernando, que tinha ido convidar Débora para fazer algo naquela noite.

- Sim, não tenho nada para fazer, então vou dormir.

- Nada disso, vamos sair.

Após muita insistência, Debora vestiu a sua roupa e decidiu sair com Fernando. Para onde iriam? Não tinham destino, apenas iriam ficar juntos. O dois então começaram a andar pelas ruas da cidade, que estavam vazias, já que a maioria das pessoas estavam dento de casa, naquela noite fria de natal. Os jovens falaram sobre a vida, sobre o novo ano que se aproximava e como tentavam enxergar o futuro. Quem olhasse de longe veria um quadro pintado, de tão nítido que era aquela imagem. Fernando, um garoto apaixonado, com os olhos fixos na garota. Porém, Débora era a cara da dúvida, não apenas por conta de um relacionamento, mas por causa de tantos problemas familiares que vivia.

O relógio marcava meia noite, era natal. Os dois se abraçaram, se cumprimentaram e subiram em uma das ruas daquele bairro. Débora então colocou um pirulito na boca. Não me pergunte como, mas de repente ficaram os dois brincando querendo ficar com aquele pirulito, até que o rosto de ambos se aproximou. Seria o momento perfeito para um beijo, mas novamente, não me pergunte como, o beijo não aconteceu. 

Foi na descida daquela rua, que Fernando tem na memória até hoje, que aconteceu os segundos mais marcantes de sua juventude. Debora estava com a cabeça nas nuvens, cheia de confusões em seus pensamentos. Fernando então se virou para ela e os dois pararam no meio da rua vazia, que de vez em quando saia da monotonia, quando fogos explodiam no céu. Ele a abraçou e a beijou. Foram alguns segundos, que parecia que durariam mais. Débora correspondeu ao beijo, mas não sustentou o sentimento.

- Seu doido, e se alguém passa e vê? - Ela disse

- Não ligo, eu amo você.

Débora ficou sem reação. Olhando nos dias de hoje, sendo apenas um telespectador daquele momento, Fernando teve a resposta do porque os dois nunca ficaram juntos. Ela gostava, mas não sustentava. E ele amava, mas não sabia como trazer ela para se conectar com ele. Hoje em dias, mais de dez anos daquela noite fria de natal, Fernando e Débora se tornaram apenas dois pontos em cidades diferentes. Nunca mais falaram sobre o beijo, pois a resposta estava naqueles segundos de romance juvenil. Ficou apenas na mente o "Como teria sido?". Hoje porém, já foi.

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