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Drive my car

segunda-feira, 4 de abril de 2022

O Oscar de melhor filme estrangeiro tem dono. É do Japão, mais precisamente do diretor Ryusuke Hamaguchi. Eu já havia assistido um filme do diretor, o bom "Asako 1 e 2", onde ele apresenta uma história comum da vida cotidiana. Esse é o grande talento de Ryusuke, trazendo realidade para as coisas comuns de nosso dia a dia. Com uma fotografia belíssima apresentando o Japão, principalmente a cidade de Hiroshima, temos uma trama que dura três horas e é baseada em um conto do escritor Haruki Murakami. Com um tom muito realista vamos falar sobre Drive my car neste texto.


O filme possui dois atos, começando primeiro com um de quarenta minutos apresentando o personagem principal Yusuke, e como ele vive a sua vida envolvido no mundo das artes e da atuação. Casado com Oto, ele pensa que possui um casamento forte, mas acaba descobrindo que sua esposa o trai. Ainda assim ele vive com ela sem dizer nada, até que chega o dia em que ela tem um mal súbito e acaba morrendo. Pronto, sobe os créditos de abertura do filme e é então que ele começa a acontecer, se passando anos após a morte de Oto. O protagonista acaba sendo convidado para ir para Hiroshima para ser o diretor de uma peça de teatro, chamada "O tio Vânia de Tchécov". Para não ter riscos de acidente, Yusuke é proibido de dirigir o seu carro, um belo Saab 900 vermelho. é então direcionado para ele uma motorista particular, a jovem Misaki Watari. Ela dirige muito bem, e com cada locomoção de carros somos apresentados a belas estradas e paisagens japonesas.

Durante os percursos, Yusuke escuta no rádio do carro os áudios da esposa referente a peça, fazendo de Oto uma personagem bem presente na trama, mesmo em sua ausência. O protagonista passa a ser um passageiro no carro, fazendo uma metáfora de que somos passageiros enquanto caminhamos na nossa vida. Um outro ponto importante do filme é a maneira que o personagem principal lidera a equipe de atores, entre eles o jovem Koji, que chegou a ter um caso com Oto. O diretor Yusuke busca tirar dele o máximo como artista, mas no fim acaba tendo que assumir as dores do protagonista da peça. No decorrer do filme vemos que Watari também tem dores do passado e convive com o luto. Juntos, tanto Watari como Yusuke começam a fazer uma jornada de cura de suas emoções. Drive my car é um filme bonito, mas denso e em muitos momentos acaba possuindo um ritmo lento. Acredito que não havia necessidade de três horas de filme, mas Ryusuke faz um trabalho muito bonito, usando de metalinguagem e linguística para passar sua mensagem. 

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