Acompanho basquete a muitos anos, e vi muitos jogos da seleção brasileira com um misto de paixão e decepção. Sim, torcer para o Brasil não é uma tarefa muito fácil, e piora a cada ano. Nossa seleção tem a habilidade gigante de gerar uma expectativa enorme para em seguida causar uma decepção generalizada. Para quem não sabe, nosso país tem história no mundo do basquete, já sendo bi campeã mundial. Infelizmente esse legado vai ficando cada vez mais para trás, ficando apenas o gosto de que poderíamos ir além e sempre batemos com a cara na parede. O grande nome do Brasil foi Oscar Schmidt, um amante da nossa nação, chegando até mesmo a negar a NBA para seguir com a camisa amarela. Nesta ultima semana estávamos a um passo das Olimpíadas, mas adivinha só? Perdemos de novo.
Tivemos nos últimos anos uma ótima geração de jogadores, sendo que vários deles chegaram a jogar pela NBA, acendendo assim uma esperança para nós torcedores. Veja bem, depois do Oscar, as coisas não foram assim tão boas, onde ficamos sem participar de várias Olimpíadas. Surgiu então como eu disse, jogadores de muito talento como Leandrinho, Anderson Varejão e Nêne Hilário. Mas quando perdíamos a desculpa era sempre a mesma, o time estava evoluindo e a geração estava amadurecendo. Chegaram então os anos onde todos já estavam amadurecidos e prontos para mostrarem algo a mais. O resultado? Decepção. No Mundial de 2010, jogamos muito e perdemos por apenas um ponto dos EUA comandados por Kevin Durant, mas em seguida perdemos um jogo eliminatório para a Argentina quando o jogo estava nas mãos. Veio então as Olimpíadas do Rio, com a seleção brasileira no auge. Mas na hora de decidir, perdemos novamente para os argentinos, que apesar de talentosa, já estava com seus jogadores envelhecidos. Nunca me esquecerei de Luis Scola e seus pontos decisivos. Chegamos no último Mundial a vencer a Grécia de Giannis Antetokounmpo, para em seguida perdermos no jogo que valia classificação.
O nosso relacionamento com a seleção brasileira é feito de altos e baixos, quando ganhamos jogos de times fortes, para em seguida perdermos em jogos decisivos. A história sempre se repete, e isso gera decepção, e principalmente raiva, que foi o meu sentimento no último Pré-olímpico, onde novamente fomos enganados. Quando o Pré-olímpico começou não éramos favoritos, mas vencemos todos os jogos e com muita autoridade. Pronto, a expectativa veio, mas na final, com um time melhor, acabamos perdendo da Alemanha de maneira vergonhosa, ficando de fora das Olimpíadas mais uma vez. Mas o que acontece com os brasileiros? Falta emocional para ganhar jogos grandes, ter um jogador que coloca a bola debaixo do braço e resolve. Outro fator ruim são os jogadores da NBA, que quando mais precisamos acabam recusando servir o país. Os nomes da vez foram Didi e Raulzinho, que antes da NBA jogavam pelo Brasil, mas agora, quando mais precisávamos do talento e experiência deles, nos deixaram na mão. A geração atual é boa? Sim, temos bons jogadores como Benite e Bruno Caboclo. Acredito que precisamos dar espaço aos mais jovens e fortalecer o emocional dessa equipe. Outro fator importante, o esporte precisa ser melhor trabalhado no país, desde a infância, com campeonatos que desenvolvam os novos talentos. Tudo começa na base. Por enquanto, tome decepção!
Nenhum comentário:
Postar um comentário