A cada ciclo de competição olímpica somos apresentados a grandes nomes do esporte. Cada medalha vem acompanhada de uma história de superação, escolhas e muito foco no objetivo final. Os atletas são fora do comum, dedicados, sempre colocando seu corpo no máximo de suas forças. As vezes da certo, outras vezes a medalha aparece, e alguns poucos conseguem fazer história, se tornando mitos do esporte mundial. Podemos citar nomes como de Michael Phelps e Usain Bolt. Agora em Tóquio, o legado de lenda do esporte caiu sobre a jovem ginasta americana Simone Biles. No Rio em 2016 ela conseguiu ganhar quatro medalhas de ouro. Favorita no Japão, ela se retirou da competição. O que aconteceu?
A jovem de 24 anos iniciou a competição participando da categoria com sua equipe, favorita a vencer o ouro. Após não ir tão bem nos aparelhos, Biles se retirou alegando não estar bem mentalmente. Para não prejudicar o país, ela preferiu deixar alguém melhor preparado competir em seu lugar. A duvida apareceu, será que ela participaria das categorias individuais? A resposta veio em seguida, com Simone dizendo que estava se retirando das Olimpíadas. Uma pena. O que significa quando a melhor atleta do mundo se retira por motivos de saúde mental? Que existe um problema em nossa geração. E não é algo simples. Costumo dizer que nossa atual geração vive em uma velocidade fora do comum. Tudo é muito rápido, aumentando os níveis de ansiedade e depressão nas pessoas. Simone acaba sendo mais uma vitima disso, assim como a tenista japonesa Naomi Osaka já havia mostrado meses atrás. Biles disse que ama o esporte, mas não consegue mais sentir alegria, não tendo confiança para fazer o seu melhor. Um misto de medo, ansiedade e tristeza.
Muitos disseram que ela era fraca, por abandonar a competição. Fraca? Como uma mulher que já competiu com pedra nos rins e pés doloridos é fraca? Ela é uma vencedora, mas chegou no seu limite mental. Quando isso acontece, o corpo não responde. Por mais talentosa que seja, é necessário parar e avaliar o que está acontecendo. Acredito que Simone vai voltar mais forte e será uma linda história de superação. Poderiam perguntar, mas por que ela foi para o Japão sabendo que não estava bem? Meus amigos, ela é atleta, ela queria vencer, achava que iria se superar. Não deu, mas ela tentou, forçou, não desistiu. Além disso, algo me chama a atenção em Simone Biles. Ela valoriza o coletivo, não tem problemas com o ego. Como atleta de elite e com um nome a zelar poderia simplesmente seguir competindo. Mas pelo bem da equipe, percebeu que estava prejudicando o time, e assim deixou alguém melhor entrar no seu lugar. Biles nos mostra que o coletivo é melhor que o individualismo. Quanta maturidade, quanta bagagem dessa jovem. Precisamos refletir na pressão e holofotes que atletas sofrem. Alguns não conseguem lidar com isso. Não é fraqueza, mas reflexo de um estilo de vida veloz demais.
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