As Capitanias hereditárias

Um dos momentos mais importantes da história do Brasil diz respeito a famosa Capitânias hereditárias, que foi uma medida de tentar organizar melhor o governo do país, sendo a primeira medida dos portugueses durante a colonização do nosso país. A divisão administrativa do Brasil foi uma ordem que veio diretamente de Dom João III, em 1534. Quando os portugueses chegaram no novo mundo em 1500, não ficaram por aqui por muito tempo para a colonização, mas com a nova descoberta, outros países europeus começaram olhar para o Brasil. A medida serviria então para proteger a conquista portuguesa. estabelecendo bases por todo litoral brasileiro, a fim de impedir uma visão por parte de holandeses e espanhóis.

Com o aumento do interesse europeu pelo Brasil e suas especiarias, Dom João resolveu dividir os territórios brasileiros e divido para aqueles que gostariam de investir nas novas terras. Ou seja, todo investimento que poderia vir a ser feito por Portugal, acabou sendo passado para terceiros. Vemos assim que desde o inicio o nosso país já encontrava um jeitinho para as coisas serem resolvidas. A Coroa portuguesa dividiu o Brasil em quinze lotes de terra, correspondente a quatorze capitanias e as entregou para os chamados capitães donatários. O novo sistema foi implantado em 1534. Mas quem eram esses capitães donatários? Eles eram comerciantes e pessoas da pequena nobreza de Portugal, que tinham boa relação com a Coroa portuguesa. Com cada capitão tomando conta de seu território, ele tinha a liberdade de explorar as terras que lhe foram concedidas, mas ainda assim o local não era deles, e sim do rei de Portugal. Dessa forma, o litoral brasileiro foi divido pelos capitães, que tomaram conta de cidades como Ilhéus, Pernambuco, Ceara, Maranhão, São Vicente, Santana, Santo Amaro, entre outros.

Mas apesar de toda a ideia e distribuição de territórios, a ideia das capitanias hereditárias não foram um empreendimento que deu muito certo, pois de todas elas, apenas duas acabaram prosperando. Foram as capitanias de São Vicente e Pernambuco, que acabaram por ter certo grau de sucesso. Historicamente é dito que elas deram certo por causa da produção de açúcar e por tratarem os índios da região de uma forma menos hostil. O donatário de Pernambuco, Duarte Coelho, entrou em conflito por diversas vezes com a Coroa portuguesa, pois o rei queria que ele investisse em metais e na derribada do Pau-Brasil, mas por outro lado, Duarte Coelho decidiu que investiria em açúcar e se deu bem. O sistema das capitanias duraram até o século XVIII, sendo um fracasso, precisando ser assim substituída por outro modelo de governo, através da criação do Governo geral. O fracasso das capitanias hereditárias é devido ao isolamento o de uma para outra, com os donatários tendo pouco ou nenhum contato entre si. A falta de investimento também foi um problema, e acredite, teve donatários que nunca pisaram em suas capitanias, como por exemplo Antônio Cardoso de Barros, responsável por Ceará. Os indígenas também atacaram muitas delas, dificultando assim o avanço e prosperidade de seus donatários. Enfim, apesar de uma boa ideia, acabou fracassando, por falta de liderança e estrutura de governo.