Quatro anos após a frustração de 2002 chegamos em uma Copa do mundo diferente do que estávamos acostumados, pois pela primeira vez o torneio seria disputado na Ásia, o que traria uma mudança no estilo de vida do brasileiro apaixonado por futebol, já que muitos jogos seriam de madrugada. Sim, foi a Copa da madruga, e até hoje todo mundo que viu essa Copa se lembra de onde estava nas madrugadas brasileiras nos jogos do Brasil. Muita coisa aconteceu em quatro anos, e uma seleção que era muito favorita em 1998 chegava com muita desconfiança em 2002. E eu era um garoto de 15 anos, que queria espantar aquela tristeza que foi a última Copa, e mal sabia, que esse ano seria muito bom.
Em 2002 eu era um adolescente, e na época morava com minha mãe, irmãos e meus avós, ou seja, a casa estava sempre cheia para assistir as partidas. Além disso havia visita de tios e tias, que chegavam a dormir em casa para poder acordar logo cedo para assistir o Brasil jogar. Nessa época meu primo Allan era presença garantida em casa, e além de vermos várias partidas nessa Copa, ficávamos jogando bola no quintal, para desespero de meu avô, que não gostava muito do barulho que fazíamos. Falando da seleção, a esperança era no chamado três "R", composto por Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho. A minha preocupação era com Ronaldo, que vinha de uma série de contusões no joelho, e a cada dividida eu achava que ele iria se machucar. O jogo de estreia foi tenso, contra a Turquia, onde vencemos no final, começando a primeira alegria da Copa. As partidas contra China e Costa Rica assisti na casa do meu pai, e foram jogos chatos, pelos adversário serem fraquíssimos. No mata-mata estava em casa novamente, e quanto agonia aquela partida contra a Bélgica, que parecia que perderíamos, mas a vitória veio.
Um dos jogos mais interessantes foi na quartas de final contra a Inglaterra. A partida foi de madrugada, e meu tio até foi dormir em casa, e era obrigação que ninguém perdesse a hora. Tudo bem, estávamos lá acordados e nos mantemos esperançosos, mesmo após o gol inglês. E comemoramos bastante quando Ronaldinho fez aquele golaço de cobertura. Com a classificação para a próxima fase garantida, o dia já começava com felicidade. Diversas partidas de outras seleções acabei vendo na escola, já que estudava de manhã. Assistíamos no intervalo algumas partidas pela TV, e me lembro bem da eliminação de Portugal com Figo como melhor do mundo. Me diverti também vendo a eliminação Argentina ainda na primeira fase da Copa, e esse jogo vi em casa mesmo. Na semi finais passamos com o gol de bico de Ronaldo e aquele cabelo cascão dele, que virou febre entre a criançada. Por fim a final foi as oito da manhã, com meu tio Claudio em casa. Eu cheguei até a gravar a partida ao vivo pela rádio. Foram dois gols de Ronaldo, que trazia a Copa de volta para nós, e me fazia esquecer da dor de 98. As comemorações seguiram pelo país, e eu fui para casa do meu tio Claudio. Fomos gritando e comemorando pelo caminho, e lá no bairro dele teve churrasco e até joguei futebol em uma quadra. No dia seguinte, faltei na escola, pois éramos Penta e queria comemorar. 2002 foi uma Copa diferente, mas de muita alegria e comemorações.
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