Acredito que a última Copa dos anos noventa foi um divisor de águas no mundo do futebol, pois o marketing e a publicidade fizeram deste evento uma das Copas mais midiáticas já vistas, para nunca mais as coisas voltarem ao normal. Em meio a grandes marcas uma delas se destacava, a Nike, que todo mundo já associava a marca esportiva ao melhor jogador do mundo, Ronaldo, o fenômeno. Falando da minha vida naquele ano de 1998 (sim, essa série de texto sobre a Copa do mundo é para falar das minhas experiências pessoais com o maior evento de futebol do mundo), estava com onze anos, iniciando a adolescência, e estava pronto para ver o Brasil vencer a Copa do mundo mais uma vez.
Copa do mundo sempre mexe com as pessoas, e uma das coisas que mais me agrada no torneio é se reunir para assistir as partidas. Como eu tenho primos da mesma faixa etária, naquele ano de 1998 assisti a primeira partida do Brasil contra a Escócia na casa do meu primo Adriano, e assistimos junto com outro primo, o Danilo. Jogo duro, todo mundo nervoso, mas a nossa seleção venceu a partida de estreia. Os outros dois jogos da primeira fase assisti em casa com minha mãe, padrasto e meu irmão de dois anos, que nem imaginava o que estava se passando em frente da televisão. O Brasil possuía um time fantástico e muito favorito, tendo no elenco nomes como Ronaldo, Rivaldo, Bebeto, além de ter tido o triste corte de Romário. Apesar de uma seleção tão boa, sempre tinha alguém reclamando, e nunca me esqueci dos meus amigos da escola criticando Ronaldo e Rivaldo. Como pode isso né? Pois é, só para você ver como o brasileiro nunca está satisfeito com nada.
Chegou então o momento mais legal da Copa do mundo, os jogos de mata-mata. Novamente na casa do meu primo Adriano, junto com meu tio Claudio e meu primo Allan, vimos o Brasil golear o Chile. Não me esqueço da cena do meu tio no banheiro tentando urinar, e os sobrinhos gritando que era gol do Brasil. O homem comemorou la dentro mesmo, sei lá como, mas naquele momento foi algo engraçado. Os jogos contra Dinamarca e Holanda foram dramáticos, e assisti as duas partidas na casa da minha avó. Um parênteses aqui, nunca conheci uma pessoa tão apaixonada por Copa do mundo como minha avó. Ela vibrava, chorava, ficava aflita, e pasmem, ela não via a maioria dos lances. Ela gostava mesmo era da emoção da Copa e de gritar gol. Pois bem, o Brasil venceu a Dinamarca no final e ganhou da Holanda nos pênaltis. Me lembro dos fogos de artifício nos céus, Galvão Bueno gritando "Sai, sai, sai que é sua Taffarel". Que momento maravilhoso, parecia que o penta era nosso, mas ainda tinha a final contra a França. A grande final vi no mesmo lugar da estreia, com meus primos. Foi uma decepção, tomamos 3 a 0 e chorei bastante no final. Foi a última vez que a seleção brasileira me fez chorar, e reclamávamos que o jogo estava vendido. Foi inexplicável, foi estranho, mas perdemos a Copa de 1998. Ainda assim, ainda adolescente, criei memórias com meus primos e minha família.
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