Maglore é uma banda nacional que mistura o rock alternativo com a MPB, que é de origem nordestina, mais precisamente de Salvador. É nítido algumas influências da banda, como dos Los Hermanos, mas ao longo dos anos o Maglore foi encontrando a sua própria identidade. O grupo é composto pelo vocalista e guitarrista Teago Oliveira, Lelo Brandão na outra guitarra, Felipe Dieder na bateria e Lucas Gonçalves no baixo. Formada em 2009, o primeiro álbum veio apenas em 2011, com a banda apostando mais nas guitarras, refrãos que grudam e um ritmo mais agitado. Ouvir "Veroz" é uma experiência muito boa, com músicas muito boas e diversos sucessos da banda.
"Veroz' possui 13 canções, e se você for ouvir os álbuns que vieram depois desse, terá uma boa análise de transformação da banda. Aqui, a banda parece jovens apostando em um rock alternativo com refrãos mais fáceis, parecendo os Beatles no inicio de carreira, quando apostavam mais no iê,iê, iê, do que em letras mais complexas. Para um disco de estreia, o trabalho composto funciona muito bem, e apresenta a banda para o circuito da música. O álbum abre com "Apenas um clichê", que é muito boa de se ouvir, falando sobre não ficar preso em opiniões e viver uma vida livre. "Tão além" é mais rápida e agitada, mas em seguida temos "Enquanto sós", que se mostra mais dramática e em um tom mais melódico. Teago se mostra sendo um vocalista muito bom, mostrando força e muito talento nas canções. As guitarras possuem rifs dançantes, lembrando em alguns momentos o rock antigo. Tudo é muito bem conectado e arranjado, sendo um álbum com um ótimo montador e organizador.
A música "Todos os amores são iguais" é uma das que mais escutei, falando sobre a vida de casal, que envolve brigas e alguns conflitos, mas que no fim tudo se acerta e o casal que se ama permanece juntos. Esse é um dos refrãos que acabam grudando na cabeça de quem escuta. "O mel e o fel" começa com guitarras e seus rifs, encontrando a potência da voz do Teago. "Demode" é um dos grandes sucessos do Maglore, que traz uma letra bem trabalhada e os instrumentos bem conectados. O MPB entra em cena com a canção "Pai mundo", que nos lembra as músicas do último álbum dos Los Hermanos. Essa é a música mas experimental da banda neste álbum, já anunciando o que eles iriam experimentar nos próximos trabalhos. "Sete chaves" é uma música muito bonita, falando de alguém que trancou as suas emoções. O álbum ainda tem a boa "Lápis de carvão" e fecha com a bela "Despedida", que tem apenas voz e violão. O Maglore apresenta um trabalho muito bom com "Veroz", começando a construir o seu caminho dentro do rock nacional.
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