O cinema nacional nos apresentou uma obra muito bonita e de muita reflexão, com o filme "45 do segundo tempo", com Tony Ramos sendo o protagonista. Essa obra é feita especialmente para aqueles que já passaram dos trinta anos, e que sentem falta de alguma forma dos bons tempos da juventude, dos dias de escola e amizade. A maioria de nós já perdeu o contato com os amigos de escola, mas com certeza todos nós temos alguma lembrança ou histórias importantes daquela época. Em "45 do segundo tempo" temos a união de amizade, nostalgia e futebol, já que o protagonista da trama, é um palmeirense fanático, e roteiro gira em torno desse detalhe esportivo.
O inicio do filme apresenta Pedro, interpretado por Tony Ramos, que se vê cheio de dividas e com o seu restaurante sendo interditado. Após um encontro com os amigos, que não via desde os tempos de escola, Ivan e Mariano, percebe que os melhores dias de sua vida foram nos tempos do colégio. Acontece que o reencontro entre eles é empolgante apenas para Pedro, pois seus antigos colegas vivem uma vida cheia de tarefas, onde Ivan é um advogado importante e Mariano padre. Temos uma cena explosiva onde Pedro diz que eles não podem deixar esse reencontro passar em branco, mas os colegas pouco dão atenção. É aqui que temos nossa primeira curva dramática dentro do roteiro, pois Pedro chama os amigos para dizer que vai se matar após o Palmeiras ser campeão brasileiro, faltando apenas três partidas para isso. Antes, porém, ele convence os colegas de que eles precisam voltar para a cidade onde viveram os melhores dias de suas vidas. Essa é falsa ilusão da nostalgia, onde ela nos diz que os tempos antigos eram melhores do que hoje, mas isso, acredito, é apenas uma ilusão.
Embarcamos em uma road movie, com os três viajando ao interior, enquanto cada personagem precisa lidar com os problemas que estão lidando. Ivan vive uma crise no casamento e com seu filho, enquanto Mariano está com dúvidas sobre querer seguir sendo padre. Quando todos chegam na cidade e reencontram Soninha, aquela garota que todos gostavam, é que eles percebem que a resposta para os problemas de hoje não estava no passado. Mariano e Ivan conseguem lidar com suas questões, mas Pedro ainda persiste com a ideia de morrer, faltando apenas uma partida para o Palmeiras ser campeão. Apesar da temática de morte, o assunto não é pesado, pois nos é apresentado de forma reflexiva, sobre nossa vida, nossas escolhas e como encontrar o caminho para seguir em frente em meio aos problemas. Claro que a comédia tem muito espaço, e damos risadas em muitas cenas, principalmente envolvendo Mariano e suas aventuras longe da batina. Por fim, os três amigos acabam tendo o momento final dentro da escola onde estudaram, e assim, jogam futebol enquanto discutem sobre Pedro e sua decisão de morrer. Um casca é quebrada durante essa discussão entre eles, e o fim é um forte abraço, com Pedro ganhando forças e motivação para e seguir em frente. A cena final é dos amigos dentro do Allianz Parque, comemorando o título do Palmeiras. "45 do segundo tempo" nos mostra que a nostalgia pode ser enganosa, e mesmo tudo sendo tão bom, o melhor mesmo é viver o presente.
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