Já faz parte da agenda da comunicação brasileira, que em ano de eleição os presidenciáveis são convidados para irem ao Jornal nacional da rede Globo para serem questionadas sobre planos de governos e os demais assuntos que envolvam o candidato. William Bonner e Renata Vasconcellos são os entrevistadores e eles tocam nos mais variados temas. Este ano, os dois jornalistas entrevistaram pela ordem, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Lula e Simone Tebet. O saldo final foi positivo, alguns assuntos polêmicos foram colocados em pauta, e como sempre, a torcida de cada candidato puxou sardinha para o presidenciável favorito. Mas sem torcida própria, vamos analisar cada uma dessas entrevistas.
Jair Bolsonaro
O mais esperado da semana era o atual presidente, e pelos mais variados motivos. Primeiro pelo fato dele ser um critico e inimigo declarado da emissora. Depois pelo fato da ala artística fazer dele o grande vilão de tudo o que acontece no país, William Bonner e Renata Vasconcellos foram bastante firme nas perguntas e por alguns momentos Bolsonaro se desviava do assunto e por vezes um conflito foi iniciado, com o presidente até dizendo que Bonner queria promover uma ditadura. Jair foi questionado sobre a pandemia, sobre a visita na Rússia e sobre falas e comportamentos corretos. O clima da entrevista foi pesada, com os globais sendo sérios, mas por vezes parecendo serem partidários. Bolsonaro não foi mal, mas não saiu da bancada com uma imagem positiva.
Ciro Gomes
O candidato possui uma fala que conquista muita gente, consegue trazer a atenção das pessoas, mas fica difícil entender como tudo aquilo que ele fala ira funcionar. Ciro em vários momentos disse que não precisava olhar apenas para dois candidatos, pois ele era uma opção de mudança. Falou muito bem sobre economia, disse que precisa melhorar o seu comportamento raivoso, mas que ele tem uma missão de salvar o Brasil. Pois bem, os jornalistas estavam bem diferentes neste dia, ou seja, mais simpáticos e mais leves. Entendo que seja por conta de quem estava sendo entrevistado. Ciro falou bonito, se comunicou bem, mas acaba falando de uma forma que poucos entendem, e isso o prejudica.
Lula
Muito se esperava dessa entrevista, pois todos queriam ver se a postura dos jornalistas seria a mesma da entrevista com Bolsonaro. O clima não foi tenso, mas ainda assim Bonner não deixou de tocar em assuntos polêmicos, como relacionado a corrupção e como Lula lidaria com isso. O candidato usou de populismo e falas populares para alcançar o público, mas era nítido que era uma tática de conquista de eleitores. Lula disse que poderia ser cobrado, que sabe como colocar o Brasil nos eixos. Infelizmente os globais não foram incisivos ou duros nos questionamentos, dando espaços para o candidato se autopromover em diversos momentos.
Simone Tebet
A candidata mostrou a força feminina dentro das eleições, apostando na sua mensagem de força e de perseverança para ter chegado onde está, mesmo tendo que lidar com criticas internas. Tebet fala muito bem e com segurança, falando sobre polarização no país, e assim como Ciro, dizendo que é uma opção para quem não quer Lula ou Bolsonaro. Bonner e Renata questionaram os escândalos de corrupção no partido que ela faz parte, além de tocarem em assuntos como educação, economia e habitação. Mesmo que ela se posicione bem, Tebet possui chances muito baixas de um segundo turno. Sua participação no JN serve para fazer o nome dela conhecido nacionalmente, e apenas isso.
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