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Amor líquido

segunda-feira, 6 de maio de 2024

As gerações estão mudando, isso é um fato. E a cada nova geração, mudam-se as formas de se relacionar e lidar com as pessoas e com a vida, e é exatamente isso que o escritor Zygmunt Bauman busca descrever em sua obra, ao falar a respeito de como as relações hoje em dia podem ser descartadas, com pessoas longe de terem afinidades, tendo relações que passam rápido, sem que alcancem uma profundidade verdadeira. Ler a obra de Bauman é se aprofundar em um pensamento, e isso pode cansar alguns leitores que não estão acostumados com isso, já que ela traz muitos pensamentos densos, que carecem de entendimento e reflexão. Querer ler Bauman em uma tacada só pode lhe fazer não gostar do livro, por isso, deve ser degustado aos poucos. Aqui vamos trazer um pouco de todo o universo de relações passageiras que o autor procura nos apresentar, como um mal do nossos tempos.


Logo vamos entendendo o tom da obra, ao buscar falar que hoje as pessoas não se arriscam no ato de conhecer a outra pessoa, com as relações se desenvolvendo com aquilo que já se tem, não com aquilo que ambos querem ter. Tudo é raso, tudo é liquido, tudo é passageiro. Um exemplo? Não existe o risco de se entregar por inteiro, de amar para valer, sendo tudo baseado em apenas suprir uma necessidade passageira. Cumpriu o objetivo? Passa para a próxima. Bauman diz que vivemos tempos de relações frágeis, sem referencia moral e com pouca conexão. Se não existe conexão entre pessoas, então logo a desconexão pode ser feita de forma rápida, e assim pouco se conhece a respeito da pessoa com que se estabelece um relacionamento. Isso pode ser observado através do mundo em que vivemos, onde pessoas possuem um número enorme de seguidores em redes sociais, mas quantas delas existem de forma sólida na vida do outro? Isso é uma ilusão, ter muitos seguidores não revela relacionamento forte, pelo contrário, apenas mostra a superficialidade das relações.

Ter amizades de longa data sempre foi um orgulho para nós seres humanos, seres que foram feitos para ser relacionais. Ninguém vive sozinho, é necessário o outro para termos um crescimento como individuo. Acontece que poucos querem se expor. Em tempos de redes sociais, basta apenas uma foto, uma curtida e as vezes uma mensagem rápida. Perdemos aquelas longas visitas, o café da tarde olhando olho no olho. Basta ver quando amigos saem juntos, parece que eles não estão juntos, pois esta cada um na tela do celular. De forma líquida, as relações escorregam. É comum vermos pessoas que preferem ficar trancadas dentro de casa do que terem disposição de se relacionarem. Buaman diz que as pessoas possuem dificuldades de amar e amar ao próximo, e com isso, também não conseguem se amar também. Casamentos que duravam a vida toda, terminam hoje por coisas banais e quando simplesmente um não consegue mais atender a carência do outro. Mais um exemplo de amor líquido é o fato de pessoas negarem referenciais em suas vidas, com muitos quererem ser independentes ao ponto de viverem sozinhas para tudo. Resumindo, Bauman diz que o amor líquido é o distanciamento das relações humanas, fragilidade dos laços sociais e a falta de vontade de se construir relações duradoras.

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