Este texto é um misto de análise de um bom anime e de uma homenagem a minha querida avó. Não tem jeito, sempre que me lembro de Sakura Card Captors eu me lembro da minha avó. Na época que a produção japonesa foi lançada aqui no Brasil, minha vó estava saindo de uma cirurgia no coração, e passaria algumas semanas em casa, se recuperando e sendo cuidada. Naquela época existia a nostálgica TV Globinho, com muitos animes, sendo que entre eles tinha o mais novo sucesso japonês. Todo dia de manhã passava um novo episódio, e religiosamente assistia o capitulo do dia. Mas sabe o que mais me chamava a atenção? Minha vó perguntando que horas iria passar, ou seja, ela também estava acompanhando. Assim, durante anos sempre falávamos daqueles dias que assistíamos Sakura.
A trama é composta por duas temporadas, e tudo é bem desenvolvida, de maneira leve e tranquila. De inicio vemos a pequena Sakura achando diversas cartas mágicas, mas elas acabam se espalhando pela cidade. Com esse problema a garota se torna uma caçadora de cartas, tendo a missão de recuperar todas as cartas mágicas. É muito legal ver que a cada episódio Sakura acaba se envolvendo em uma aventura cheia de magia até o momento de enfrentar novos desafios. O conjunto de personagens é muito interessante, a começar pelo Kerberus, que acaba sendo o mentor e ajudante da garota. Temos também Shoran, que vem da China também com o objetivo de recuperar as cartas, criando assim uma disputa com Sakura, apesar de Shoran desenvolver sentimentos por ela. Como toda adolescente, acompanhamos as atitudes e emoções conturbadas delas, que gosta de Yukito, melhor amigo do seu irmão Touya. Aliás, Touya é um dos melhores personagens, pois ele possui poderes sensitivos e mesmo sem saber totalmente dos poderes de Sakura, busca ajudá-la na missão sem que ela perceba.
Por que será que minha avó gostava tanto desse anime? Talvez seja por conta da leveza que a história trazia, além de todo visual produzido pela Clamp, com muitas cores e personagens em um tom muito bonito. Este anime produziu uma ligação entre mim e ela, e brincávamos sobre a personagem e anos depois ainda tínhamos o anime como um assunto em comum. Não falávamos sobre a história ou aventuras, apenas da protagonista, que encantava minha vó. Talvez ela achasse todo aquele mundo bastante bonito e gostava de acompanhar tudo aquilo. Após Sakura ser aprovada na primeira temporada enfrentando Yue, que na verdade era o próprio Yukito, um novo desafio surgiu na segunda temporada. Agora Sakura precisaria transformar as cartas Clow em cartas Sakura, assumindo assim o legado do antigo mago. Eriol é o novo personagem na trama, e ele é que é o mago Clow nessa época. Por trás de toda aventura vemos uma adolescente vivendo uma vida comum, indo a escola, possuindo amizades e dilemas da idade. Tudo é muito bem mostrado, e gosto de quando havia cenas dela de Bicicleta pelo bairro, pois era um passeio pelos bairros do Japão. É um ótimo anime para assistir e relaxar.
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