Para não demorar na resposta, respondo que o ouro do Brasil conquistado no futebol é muito bom, mas ele não muda muito as coisas no time principal, e coloca pouquíssimas duvidas em Tite em seu elenco para a Copa. O motivo? O nível técnico apresentado nas Olimpíadas é muito baixo, já que as seleções não conseguem enviar os seus principais jogadores. Tudo por conta da FIFA, com medo de que o torneio olímpico viesse a se tornar maior do que o campeonato realizado a cada quatro anos. Pois bem, o Brasil conquistou o ouro ao derrotar a Espanha na prorrogação. É muito legal vencer, ainda mais sendo um bi campeonato, mas não podemos nos enganar. A nível mundial, pouco acrescenta para o time principal.
Comemorei bastante a conquista do Brasil, por sempre torcer pela nossa seleção. Me admira muito aqueles que gostam de torcer contra, ainda mais estranho quando a torcida é pelos argentinos. Mas isso é assunto para outro momento. Sou de uma época em que o ouro nas Olimpíadas era uma obsessão, e vi derrotas frustrantes em 96 e 2000. Foi com Neymar no Rio que conseguimos o primeiro ouro. Apesar de ter um ótimo time, a vitória no futebol já não era algo inédito, mas estamos no Brasil, o país do futebol, e uma derrota traria criticas e ainda mais pressão para a Copa. Veja que engraçado, ganhar é uma obrigação e perder uma tragédia. Sim, é dessa maneira que o futebol é tratado por aqui. Em meio a tudo isso, vários clubes não liberaram jogadores para a competição. Ficaram de fora nomes como Vinícius Junior, Rodrygo, Pedro e Gerson. Modéstia a parte, a nossa geração é ótima, e com eles o ouro poderia ter vindo com uma certa facilidade, tamanho o talento dos jogadores.
A campanha pelo bi começou contra a Alemanha, e logo nessa estreia já foi mostrado uma superioridade, com uma excelente apresentação, com show de gols de Richarlison. Vou abrir um parênteses aqui, pois Richarlison foi um atleta que lutou para estar na competição, forçando a barra com seu clube, mostrando que valoriza a seleção. O atacante, mesmo perdendo um pênalti na final, foi o artilheiro das Olimpíadas com cinco gols. Foi o principal nome do time, junto com Daniel Alves, que com trinta e oito anos, é o maior ganhador de títulos do futebol. Mesmo com uma disputa nos penates na semi final contra o México, a nossa seleção não teve grandes sustos. O maior teste foi na final contra a Espanha, que possui um time que joga junto desde a categoria de base. A vitória veio com um gol de Malcolm na prorrogação. É nítido o quanto os jogadores queriam ganhar e se importavam com o torneio, tamanha a comemoração pelo nosso lado e a frustração espanhola. De negativo, apenas a atitude no pódio, onde os jogadores não usaram a jaqueta do COB. Para a Copa do mundo, a conquista olímpica não altera nada, mas é muito bom termos mais um ouro conquistado pelo futebol brasileiro.
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