Futebol é um jogo muito complexo, onde as mais diversas ideias de jogo podem ser propostas. Décadas atrás poucos se preocupavam com táticas, formações e esquemas de jogo. A torcida queria saber de dribles, gols e vitórias. Acontece que o mundo mudou, o esporte evoluiu, os espaços diminuíram e novas estruturas de jogo foram criadas. Não é segredo que o Futebol brasileiro passa por uma crise de treinadores, basta olhar a classificação do Campeonato Brasileiro, onde os três primeiros colocados são treinados por treinadores estrangeiros( Dome, Coudet e Sampaoli). Quando pensamos em treinadores brasileiros logo associamos eles a pessoas ultrapassadas que acabaram não se atualizando. Apesar do passado glorioso, Luxemburgo e Felipão já não possuem o mesmo espaço que nos anos noventa. É neste cenário que surge Fernando Diniz, um treinador que busca apresentar ideias de jogo de posse de bola e ataque compactado. Mas isso funciona? Diniz é o Guardiola brasileiro?
Fernando Diniz foi um jogador de Futebol mediano, teve seus bons momentos. Com uma experiência de atuar dentro de campo e ser muito observador, acabou se tornando Técnico, mostrando um estilo de jogo diferente. Como Treinador começou a fazer sucesso no Audax, fazendo um Campeonato Paulista muito bom em 2016, chegando no segundo lugar. A partir de então todos ficaram de olho no seu trabalho, onde ele prezava pelo toque de bola, desde a zaga, onde os zagueiros não davam chutão, buscando sair jogando, mantendo o controle de jogo em todos os pontos do campo. No Atlético-PR Diniz montou a base para Thiago Nunes ganhar títulos, mas o Clube não teve paciência com ele, querendo resultados e não apenas posse de bola. No Fluminense a história de Diniz se repetiu, com o time tendo posse de bola mas não conseguindo resultados. A grande questão era a seguinte, o que é mais importante? Jogar bonito e perder? Ou jogar feio e ganhar? É um conflito que Fenando Diniz carrega a cada ano que passa.
Diniz está na equipe do São Paulo desde o ano passado e sofre com as mesmas criticas. A torcida e diretoria querem resultados, querem quebrar o jejum de títulos, e acabam fazendo muitas reclamações contra o Treinador, que já passou por uma eliminação vexatória no Paulistão. O Técnico abriu mão de alguns valores para se garantir no cargo, mas a essência do seu jogo continua ali. Para Diniz, o importante é ter um bom toque de bola, controlando a partida pela posse. No inicio de sua carreira torci muito a favor dele, mas era incrível como os resultados não apareciam, mesmo com seus Times conseguindo um bom desempenho na partida, o que tornava o placar inda mais frustrante. Com o passar dos anos vi que o estilo de jogo dele precisava ser mais equilibrado, para não levar sustos no meio do caminho. Ainda assim gosto do estilo do Diniz, ele prefere jogar para frente, prefere o bom Futebol, e acredito que um título pode sim mudar a carreira dele para melhor. Este ano o São Paulo vem bem no Brasileirão e possui chances boas na Sul-Americana. O desafio do Treinador é colocar sua filosofia de jogo de uma maneira que faça com que surja não apenas controle e chances, mas gols e vitórias. Diniz é um Técnico que sai da bolha, busca algo diferente, e por isso sofre o risco de não se dar bem. A seu favor? A esperança de mudança, levando o Futebol a ser criativo e não apenas reativo. Força Diniz!
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