Sem medo de errar já inicio este texto afirmando que sem dúvidas esta foi a melhor Série deste ano. A Netflix conseguiu acertar em cheio com o tema e com o desenvolvimento da história. Como um amante do Xadrez devorei os episódios em uma semana e não me arrependi. A trama nos conta a vida da jovem Anya, que ao se tornar órfã acaba indo parar em um Orfanato, onde sua vida muda completamente após conhecer o Xadrez. A ainda pequena, a menina acaba aprendendo a jogar com um Zelador e logo já se mostra um fenômeno, ganhando seus jogos facilmente. Após perceber que tinha talento Anya começa a disputar campeonatos e mesmo quando foi adotada seguiu jogando, mostrando para a mãe adotiva que o Xadrez poderia ser uma ótima fonte de renda para a família. Apesar do sucesso vemos Anya tendo que enfrentar os seus vícios em remédios fortes, drogas e bebidas.
Para quem joga Xadrez a trama é um presente, pois vemos jogadas sendo efetuadas na nossa cara, enxergamos aquele Tabuleiro ali em cena e logo da vontade de jogar. É muito interessante que apesar de Anya ser muito talentosa, ela precisa estudar para ser boa. Ali, vemos outro presente, pois a Série mostra os mais diversos livros sobre o jogo, passando assim a mensagem que para se vencer é preciso se tornar expert naquilo que se faz, não sendo o talento a única arma para a vitória. Para quem não sabe, o Xadrez é um jogo antigo e a sua literatura é gigante, mostrando em Livros diversos jogos, dicas e formas para se vencer. Nomes famosos dos jogos são citados, além da história se situar em meio a Guerra fria, abrindo espaço para observamos as tensões entre os EUA e a URSS. Todo ambiente cenário nos levam sim até aqueles anos, mais um ponto positivo para a produção da Série. No elenco Beth Harmon faz um trabalho sensacional, com uma atuação impecável.
Por outro lado vemos a parte dramática do roteiro, mostrando os efeitos de uma pessoa que não possui bases fortes para aguentar tudo o que se recebe com a fama. Anya se envolve com remédios controlados desde a infância, se tornando refém deles em certa etapa de sua vida. Talvez o roteiro nos leva a nos aprofundar tanto na recuperação, parecendo que ela se reergueu facilmente, mas sabemos que as coisas não assim tão simples. Após a morte da mãe a Anya acaba se entregando a bebida, perdendo assim a concentração para os jogos. Acontece que vemos a importância de pessoas a ajudando, reconhecendo que ela é a única que pode fazer história jogando contra os Russos. Gosto também da forma como a história mostra os jogos e campeonatos de Anya como uma turnê pelo país e pelo mundo, mostrando ela jogando com diversas pessoas em diversos lugares. Gambito da Rainha não fala apenas do jogo de Xadrez, mas fala sobre superação de momentos difíceis, fala de desenvolvimento e também de honra, mostrando que o Xadrez é um jogo de pessoas honrosas. Drama e esporte bem combinados, vale a pena assistir!
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