Marcos levanta cedo todo dia, sai correndo da cama inda sonolento, louco para continuar naquela cama quentinha. Ele preferia que fosse sábado, mas seu despertador esta ali para garantir que é segunda feira, e começa a sua semana. Marcos engole o café da manhã, escova os dentes correndo e ao pegar as coisas parte para a jornada de trabalho.
- Até mais tarde mãe! - é o que diz correndo, sem saber de fato se ela realmente escutou o que ele disse.
Ali com a galera de sempre, a turma da rotina, Marcos espera o Ônibus chegar. É o velhinho que sempre fala do tempo que era mais novo, é a jovem toda maquiada forçando não parecer estar com sono, os meninos e meninas de mochila nas costas e cabelos despenteados partindo para a escola. Nada diferente, apenas mais um dia normal em São Paulo. Ao subir no Ônibus esta o motorista que sempre parece animado, nem parece que dormiu pouco. Sera que tomou comprimido para ficar acordado, se pergunta Marcos.
- E ai cara tudo bem? - sim, Marcos também possui amigos que pegam o mesmo ônibus que ele, algo que ele não gosta, pois preferia ir dormindo até o trabalho.
- Opa, tudo certo cara, bora para mais uma semana?
- Ah sim, e que chegue logo o fim de semana.
E a conversa segue por todo o caminho, conversas triviais e cotidianas. Falam sobre a rodada de futebol da semana, sobre as meninas do trabalho, sobre o chefe chato. Enfim, nada diferente, pois nos outros bancos as conversas seguem em um tom bem parecido com a deles, mudando apenas os nomes dos envolvidos.
Marcos sai do Ônibus e corre para pegar o trem sem entender ao certo porque corre tanto. Ele sabe que o trem vai estar lotado, que alguns estarão ali fedendo, que ele vai torcer a cada segundo para descer daquele trem. Mas mesmo assim ele corre, pois um trem perdido é salario perdido, pois chegara atrasado no seu emprego. E depois vem o alivio, entra no Metrô, onde existe o ar condicionado e uma magica acontece, onde as pessoas que eram feias no trem se tornam agradáveis no Metrô. Vai entender como isso acontece.
No trabalho é a correria de sempre, papeis, planilhas de Excel para montar, metas para bater. Marcos não desanima, sabe que precisa do emprego e do dinheiro oferecido ali. Se não fosse por essa rotina não haveriam viagens no fim do ano, não teria festa com os amigos. Nessa troca de favores com a rotina Marcos prefere nem pensar quem esta ganhando, apenas prefere seguir o jogo. Mas no dia de hoje Marcos tem uma baita surpresa, o céu fica cinza e chove como nunca antes, talvez nem o dilúvio tenha sido desse jeito.
- Quero nem pensar em como vai ser a volta para a casa hoje - Marcos fala para os colegas de trabalho.
E assim no fim do expediente Marcos vai embora cansado para a casa e aquela chuva caindo de maneira nunca vista. Ensopado ele espera ter uma viagem tranquila para a casa. Mas São Paulo bate forte e o Metrô fica lotado, e o que seria um percurso de dez minutos se transforma em algo de uma hora. Marcos vê mulheres chorando, pessoas com rostos sofridos, gente chorando por dentro e loucos para sair daquele ambiente. A viagem termina com todos vivos, graças a Deus. Suspirando Marcos segue com um lento Trem, para depois pegar um ônibus e chegar em casa pedindo por uma boa janta e uma cama bem quente. Mas não tem problema não, Marcos renova as suas forças e já aguarda o dia seguinte. Assim é São Paulo, a cidade cinzenta e frenética.
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