A entrevista da semana é com Rob Gordon, que é Publicitário e Escritor. Rob possui livros publicados, escreveu a HQ "Terapia", além de escrever em seus blogs pessoais(Championship Vinyl, Championship Chronicles) diversas crônicas . No site Papo de Homem Rob Gordon escreve também "As crônicas de Adão". Nesta entrevista Rob fala de como é a vida de escritor e dá dicas para quem quer aprender mais sobre a arte da escrita.
1-) Como foi que você percebeu que era apaixonado pela arte de escrever?
Na verdade, eu sou apaixonado por criar e contar histórias – escrever, num primeiro momento, foi a ferramenta que encontrei para isso. Mas, sinceramente, não faço ideia de quando me apaixonei por histórias, porque eu realmente consigo me lembrar de ter vivido um dia sem estar encantado com a ideia de criar mundos, inventar personagens... Na verdade, acho que todo mundo brinca de criar histórias quando é criança; eu apenas não parei de brincar.
2-) Quais são os escritores que você se inspira para escrever?
São muitos – alguns mais, outros menos, dependendo do estilo de texto que estou fazendo. Mas alguns são influências presentes em tudo o que faço. Luis Fernando Veríssimo. Will Eisner, Terry Pratchett... Praticamente qualquer texto de ficção que eu faça, tem um pouco deles. Mas eu também tenho influências mais pontuais, que mudam de acordo com meu humor, ou simplesmente porque estão frescas na cabeça. Às vezes estou ouvindo blues e começo a prestar atenção em como a letra da música é construída, ou estou vendo uma série e começo a reparar em como o roteiro é arquitetado... E, de repente, começo a escrever algo tendo aquilo como ponto de partida. Mas acho que as principais influências de escrita, mesmo, seriam os três que citei acima.
3-) Quais são as suas motivações para seguir escrevendo?
São muitas, mas a principal delas é vontade. Se eu fico muito tempo sem escrever - e muito tempo, para mim, significa dois, três dias – eu começo a sentir falta. Quando isso acontece, não é difícil eu ligar o computador e tentar escrever uma história qualquer, mesmo sem ideia nenhuma, simplesmente para escrever. Mas às vezes a motivação vem da própria história, ou, melhor dizendo, da ideia. Estou fazendo qualquer outra coisa e tenho uma ideia, ou vejo um assunto que eu tenho algo que gostaria de dizer... Aí eu não consigo fazer outra coisa enquanto não sento e escrevo. A ideia fica me incomodando, pedindo para ser escrita.
4-) Quais são os maiores inimigos dos escritores?
A preguiça é o maior deles. Quando você não está escrevendo, é muito fácil arrumar motivos para começar o texto amanhã. E, no dia seguinte, é ainda mais fácil inventar outro motivo. O segundo deles é o medo. Medo da história não ser boa, medo de não saber como terminá-la. Se tem algo que aprendi depois de dez anos escrevendo, é que existe uma maneira de fazer com que todo texto chegue ao seu final: escrevendo.
5-) Como você enxerga o mercado literário no Brasil hoje?
Aquecido, mas ainda precisando de ajustes. Gêneros como fantasia, terror, ficção científica parecem ganhar cada vez mais leitores, mas ainda são vistos como literatura “menor”. Isso acontece em outros países, mas enquanto o cenário lá fora está mudando, aqui as coisas estão acontecendo de forma mais demorada - mesmo com o esforço muito bem vindo de editoras que apostam em novos talentos. Mas existem outros pontos positivos no Brasil, como o crescimento das alternativas de publicações independentes e financiamento coletivo. No geral, acho que tem muito a crescer... Mas isso não depende apenas de autores e editoras, mas também de leitores, que precisam valorizar os novos talentos.
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