Chegando o dia da corrida ele se animou com as mensagens que recebia enquanto estava a caminho da famosa Avenida Paulista. "Boa sorte", "Tenha uma boa corrida", "Vai lá e arrebenta", "Faça o seu melhor". Eram as mensagens que batiam na tela do seu celular, invadiam a sua mente e fortaleciam o seu corpo. Chegando no local da largada Renan viu várias pessoas, dos mais variados estilos. Ali estavam idosos querendo ter uma saúde de ferro, jovens buscando bater recordes, mulheres buscando mostrar que também eram capazes. Sem falar nos diversos corredores fantasiados, que estavam ali para animar a festa, levando a corrida a se tornar mais divertida.
Quando soou o apito da largada a alegria era geral, todos sorriam, todos corriam em busca de muita endorfina e superação. Renan passou por várias pessoas e encontrou alguns conhecidos de outras competições. Como era gostoso correr, como lhe fazia tão bem. Empolgado, ele sacou o celular do bolso e começou a filmar vários momentos da corrida, onde registrou Homem Aranha e Bob Esponja como adversários da corrida, ou melhor, como companheiros de estrada. Os primeiros quilômetros foram fáceis, nem parecia uma corrida difícil, estava mais para um passeio. Renan aproveitava os Gatorades que eram distribuídos para se hidratar, enquanto corria por locais importantes da cidade, ao som dos gritos da torcida, que incentivava os corredores em todo percurso.
Renan se deliciou correndo pela Avenida Paulista, conheceu de perto o estádio do Pacaembu, se maravilhou ao percorrer o centro velho da cidade. Alias, que cidade bonita, que cidade desprezada por seus habitantes. Longe dos sons de carros e do stress de todo dia São Paulo parecia uma boa cidade de se viver. Pena que esses bons momentos eram tão poucos. Por isso ele tinha que aproveitar. Foi quando Renan chegou na tão difícil subida da Consolação. Era hora de enfrentar a subida e ver se era tudo isso mesmo. Não era. Renan passou sorrindo e dizia para si mesmo
- Cade você, essa é sua força Consolação. Você não é de nada.
Assim Renan terminou a famosa subida parecendo que estava correndo no parque perto da sua casa. Fácil, bem fácil. Virando a rua encontrou a Avenida Paulista lotada de pessoas. Foi emocionante, foi belo. Renan esqueceu do relógio, esqueceu do tempo de corrida. Ele queria apenas aproveitar o momento. E que momento. Renan cruzou a linha de chegada e agradeceu a Deus pelo feito e pela superação. 15 km não foram nada. Estava pronto para mais. Ao pegar a sua medalha, Renan desceu as escadas do Metrô com a sensação de missão cumprida. Valeu a pena. Mas não era o fim. Ele tinha sede de mais.
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