Nesta semana nosso Blog entrevista o jornalista Leandro Iamim, um cara apaixonado por futebol, além de ser torcedor fanático do Palmeiras. Leandro também participa da rede de podcast da Central 3, onde apresenta programas sobre futebol, falando tanto de noticias atuais, como relembrando de grandes times do passado.
1-) Como surgiu a sua paixão pelo jornalismo esportivo?
Curiosamente, devo muito ao rival do meu time de coração. Meu primo atuava na categoria de base daquele clube e eu o acompanhava nos treinos, e ficava assistindo os profissionais treinando. Fazia isso ao lado dos jornalistas e assistir aquilo, perto deles, foi decisivo para mim escolher como profissão aquilo que adorava fazer e consumir: escrever e ler. Trabalhei com muita coisa antes de chegar ao que chamamos de jornalismo esportivo, que, por fazer parte de meu universo afetivo desde sempre, se tornou mais simples de várias formas.
2-) Qual a sua visão do jornalismo esportivo no Brasil hoje?
Pobre, anacrônico, rendido a pautas superficiais e cometendo o gravíssimo erro de alimentar o lado colérico de um público que poderia ser estimulado de outro modo. Perdido com o novo momento do mercado e suas exigências, as demandas virtuais, as intersecções midiáticas que a internet promove e as narrativas híbridas possíveis. Geralmente é um ciclo que não fecha saudável e se renova cada vez pior. Ma a conjuntura crítica não pode ignorar a dois pólos da comunicação. Temos um público médio que compra pouco a briga do bom jornalismo esportivo. O dinheiro já não banca. Enfim, a fase não é nada boa e as pesquisas daqui 50 anos sobre futebol de hoje serão caóticas, praticamente só encontrarão confetes.
3-) Como surgiu a ideia da rede de Podcast esportivo na Central 3?
A Central 3 não nasceu como canal esportivo. Nasceu como Web Rádio que se tornou, depois, um estúdio de Podcasts. Pela natureza de seus fundadores, era natural que a programação esportiva tivesse destaque , mas ao passo que abrigamos na C3 novos parceiros, essa percepção de "canal esportivo" não é muito verdadeira. De toda forma, nossa produção autoral de conteúdo esportivo é reflexo de nosso desejo por contextos mais históricos e conjunturais(programa sobre cultura de arquibancada, times do passado, etc). A ideia surgiu da vontade de ter um canal de conteúdo independente, e o desafio era não ser apenas mais um entre milhares de iniciativas semelhantes.
4-) Quais são os três melhores times e jogadores da história do futebol em sua opinião?
Muito difícil de responder só três. O critério acaba sendo complicado, mas vamos lá: os melhores times que eu já vi foram o Palmeiras efêmero de 1996, o Arsenal de 2004 e o Corinthians de 1999. Os melhores jogadores que eu vi foram Berkamp, Romário e Riquelme. O principal critério para estes 6 foi a capacidade de me dar fantasia ao assistir.
5-) Quais são os jornalistas que inspiram você?
Falar em inspiração no jornalismo é um perigo, pois não são como jogadores de futebol, é outro tipo de relação que devemos ter com estes profissionais. Muitos que me inspiraram em alguma fase da vida, Marcelo Rezende e seus textos para a Placar por exemplo, hoje não me inspiram nada. Enfim, aos nomes, só 3 para casar com a pergunta acima: Claudio Zaidan, Flavio Gomes e José Trajano.
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