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Histórias do Metrô - O Poeta

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Ele não queria dinheiro, ele não queria aplausos, ele não queria perturbar ninguém, ele só queria poder fazer a diferença na vida das pessoas que estariam dentro daquele vagão de Metrô!

Do outro lado vinha um grupo de três amigos, cansados após um dia longo de trabalho, buscando descansar e quem sabe poder curtir a viagem de volta para a casa sentado. é, não deu! Mais uma vez o Metrô estava lotado e tiveram que ir em pé mesmo. Pelo menos poderiam ir conversando sobre as trivialidades da vida durante o caminho!

Ele se preparou para entrar, viu que o Metrô estava se aproximando, respirou fundo, estava pronto para mais uma vez tentar tocar corações. As vezes se preocupava com aquilo que as pessoas iriam pensar, mas fazer o que? Sentia que era necessário fazer algo diferente.

A segunda estação chegou, mais pessoas entraram, mais pessoas que vinham também de suas jornadas de trabalho, com o mesmo pensamento de descanso. Dava para olhar o cansaço em cada rosto ali, em cada pessoa que entrava. Os amigos observaram que também entrou um homem diferente, barbudo, ainda que jovem. Além disso tinha roupas do estilo Hippie, Iria vender miçangas? Iria pedir dinheiro? Iria distribuir papéis de paz e amor? O que veio surpreendeu a todos.

Ele entrou e olhou para o público que ali estava presente, então viu que aquela era a hora, tinha pessoas suficientes para ouvi-lo. Ainda que as câmeras pudessem filmá-lo, não importava, ele iria mostrar a sua arte, e então soltou a voz e começou a tentar fazer a diferença:


Você veio cansado, eu sei, você veio buscando paz e descanso
Você queria encontrar o melhor para si e para os seus
Você queria estar melhor do que hoje e sofre por isso
Mas eu quero dizer que você precisa viver o hoje
Você precisa viver o agora, precisa de mais amor
Eu estou aqui hoje para lhe dar um recado

Se preocupe mais com o momento presente
Com as pessoas que estão ao seu redor
Com os encantos da vida
Eu lhe ofereço hoje um abraço, eu lhe ofereço um abraço
Alguém? Alguém quer um abraço?

Vergonha em todo o vagão, alguns nervosos do dia de trabalho acalmaram-se, alguns que estavam tristes esboçaram um sorriso. Quem era ele? Por que fazer aquilo? Os amigos se constrangeram, pararam de conversar e ouviram o poeta falar. A próxima estação chegou, o poeta estava saindo sem abraçar ninguém, mas uma mulher pediu-lhe um abraço. Ele a abraçou e foi nítido que ela ficou melhor, levantou até os ombros depois disso. Ele se foi, partiu para um próximo vagão, para buscar fazer a diferença na vida de outras pessoas. Vergonha? Ele não tinha, ele tinha era alegria de tentar mudar o mundo com palavras e poemas. 

E você? Quer um abraço?



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